Intervenções sob responsabilidade de Brasília estão 72% concluídas. Sistema levará água ao reservatório de Santa Maria e vai beneficiar cerca de 300 mil moradores de oito cidades.
As obras do Sistema Corumbá IV, principal aposta de Brasília para garantir a segurança hídrica da capital nos próximos anos, foram visitadas, na manhã desta quarta-feira (17), pelos governadores Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal, e Marconi Perillo, de Goiás; e pelos ministros Alexandre Baldy (Cidades) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República).
A intervenção é uma parceria entre os governos do Distrito Federal e de Goiás. As obras sob responsabilidade de Brasília estão 72% concluídas, segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), e devem ser concluídas até junho, prazo reiterado no evento desta quarta. Ainda assim, a água só chegará à população da capital no fim do ano.
O prazo estendido se dá devido ao prazo mais longo para a finalização das obras comandandas pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). “Todos os ajustes necessários foram feitos. A sintonia entre os governos e as empresas é perfeita, vamos cumprir o cronograma”, afirmou o governador de Goiás, Marconi Perillo.
As próximas intervenções a serem entregues são a Estação Elevatória Valparaíso e a Adutora de Água Tratada. Ambas foram vistoriadas pela comitiva. As obras custam R$ 70,5 milhões e têm previsão de entrega para o fim de abril. A elevatória será responsável por bombear a água captada no lago da Usina de Corumbá IV, perto de Luziânia (GO), para a adutora. Esta levará a produção para o Reservatório de Santa Maria, de onde será distribuída para cidades do Distrito Federal.
Em seguida, o GDF pretende concluir até julho a implementação das instalações de monitoramento da estação de tratamento da água de Corumbá IV, além da complementação da adutora da água bruta do sistema. “Esta é a maior obra de captação de água em curso no Brasil e vai acabar com qualquer crise hídrica pelos próximos 30 anos”, disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
As cidades beneficiadas
Em um primeiro momento, a partir do fim do ano, o projeto vai contribuir para o abastecimento de oito regiões do DF: Águas Claras, Arniqueiras, Gama, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Santa Maria e Taguatinga Sul. Corumbá IV está projetada para trabalhar com vazão máxima de 8.000 litros por segundo. No início, porém, o fornecimento se limitará a 2.800 litros por segundo, atendendo cerca de 300 mil pessoas.
O sistema de captação é construído com recursos da Caixa Econômica Federal e contrapartida do GDF, em parceria com a Saneago. Os investimentos previstos são de R$ 275 milhões em cada unidade da federação.
O contrato de Corumbá IV foi assinado em 2009, mas a obra só começou em 2011. A última paralisação ocorreu em 2014. O DF retomou parte da obra, mas o trabalho continuou parado em Goiás. Houve suspeita de irregularidades, tais como direcionamento de licitação e aumento da quantidade de equipamentos comprados sem justificativa. Isso levou à suspensão do repasse de verbas para o estado.
Quando o sistema de Corumbá IV estiver em funcionamento, a Saneago será responsável pela captação, pelo bombeamento em Luziânia e pela manutenção de 12,7km da adutora. A Caesb cuidará da Estação de Tratamento em Valparaíso e dos 15,3km restantes da mesma adutora.