Miguel Lucena
“O jogador fulano entrega mais do que beltrano; o governador vai entregar a obra; o mercado entrega mais do que o governo; entrega, entregou, entregará.”
Vocês perceberam que, de repente, o termo repetido acima virou moda? “Eu sou um governador que entrega muito”, destaca o chefe do Executivo, e correm os jornalistas a repetirem o entrega-entrega.
Até recentemente, usava-se entrega para alguma ações, como apresentação do trabalho na Secretaria da escola, encomendas em domicílio, cartas ou delação. “Cabo Anselmo entregou foi gente!”, dizia um ex-guerrilheiro, reclamando do famoso dedo-duro do regime militar de 1964.
Houve uma época em que, para chamar a atenção e tirar onda, muitos começavam o texto com o batido “dez entre dez” ou “nove entre dez” personalidades já tiveram vontade de queimar.
E há uns chatos que inventaram o tal de “pensar fora da caixinha”.
Essas modas, felizmente, não me enganam.