Dalits de Nova Délhi queimam cestas usadas para recolher fezes humanas em sinal de protesto contra a prática da “coleta manual”. Foto: Shai Venkatraman/IPS
Miguel Lucena
Fui pesquisar sobre conflitos étnicos e religiosos no estado de Manipur, Nordeste da Índia, e deparei com estes dados curiosos, extraídos de artigo escrito pelo graduado em Geografia Eduardo de Freitas:
“As condições de higiene sanitária na Índia são bastante precárias. Cerca de 750 milhões de pessoas não têm acesso a banheiros ou rede de esgoto nesse país.
Diariamente são produzidos no país cerca de 120 mil toneladas de fezes.
Somente em um dia a Índia produz aproximadamente 1,2 bilhão de litros de urina.
Todo o excremento diário produzido na Índia, se fosse transformado em gás metano, poderia gerar a capacidade explosiva que equivale a 18 bombas atômicas.
Um limpador de fezes recebe um salário que parece “brincadeira”, algo em torno de 0,46 centavos de moeda brasileira.
A classe menos favorecida realiza o trabalho de coleta das fezes dispostas nas ruas e em outros lugares. Essa prática é desempenhada por homens e mulheres. Os homens entram em bueiros onde estão acumuladas grandes quantidades de excremento humano, sem nenhum tipo de proteção, num lugar repleto de preservativos, absorventes e muitos outros materiais indesejáveis. As mulheres carregam sobre a cabeça cestos cheios de fezes. A situação ainda é mais precária nos períodos chuvosos, pois os excrementos escorrem pelo corpo daquela que os carrega”.
E ainda tem gente que se acha.