Imagem meramente ilustrativa
Miguel Lucena
- – Pegue a nota para concorrer a um carro zero! – disse a moça do caixa.
- – Vou levar a nota, mas acho que não pegarei aquela fila para trocá-la por cupons. Estou um pouco cansado – desconversei.
O cansaço foi apenas uma desculpa. É que eu não acredito muito em sorteios, só jogo em um grupo de ex-colegas de trabalho para não sentir culpa depois que eles ficarem ricos no dia em que a máfia der um cochilo.
Essa minha desconfiança vem das rifas que os estudantes e donos de time de futebol faziam em Princesa, nos confins da Paraíba. Nunca vi um apostador da cidade ganhar. - – Quem ganhou a rifa? – perguntava ao vendedor.
- – Foi um rapaz do sítio – respondia.
Imagine se fôssemos procurar o sortudo do sítio. Eram tantos sítios…