Miguezim de Princesa
I
Na casa de Dias Tofolli,
Serviram uma comida insossa,
Bolsonaro olhou de lado,
Viu uma terrina de louça
E perguntou a Alcolumbre:
– Será que tem Leite Moça?
II
Tofolli ofereceu uísque
Que ganhou de uma granfina,
No bar de Jorge Ferreira,
Nos tempos da canjibrina,
Aí Bolsonaro disse
Que queria Tubaína.
III
Começou a agonia
Para achar a tubaína:
Alcolumbre levantou-se
E pediu para uma menina,
Que era sua assistente:
– No carro tem cajuína!
IV
Então, começou o jogo,
Bola descia e subia,
Tofolli disse: “Eu vou contar
Coisa que ninguém sabia,
Eu torcia para o Corínthians,
Quando Lula presidia!”.
V
O Palmeiras fez um gol,
Bolsonaro fez zoada,
Levantou-se, deu um pulo,
E gritou: ” Tome, cambada!”,
E quase que magoava
A costura da facada.
VI
Quando a coisa se acalmou,
Depois da comemoração,
Alcolumbre, sem beber,
Segurando no buchão,
Futucou o presidente:
– E a minha reeleição?
VII
Bolsonaro olhou pra ele
E disse: – Ainda não sei.
Andou pra perto de Tofolli,
Que lia sobre Kit Gay:
– Alcolumbre até parece
Filho de José Sarney!
VIII
Depois da terceira dose,
Tofolli, mantendo o estilo,
Deu um abraço em Bolsonaro:
– Pode esquecer tudo aquilo,
Já conversei com Gilmar,
No Supremo tá tranquilo!