
Miguel Lucena
Tem muita gente corajosa no mundo. Um homem foi internado no Hospital de Trauma de João Pessoa com um objeto semelhante a um coco no ânus. O mais difícil não é nem acreditar que alguém tentou enfiar aquilo por ali — é imaginar como coube.
O plantonista da emergência ficou tão perplexo que chamou os colegas para ver a imagem do raio X. A suspeita inicial era de um capacete de Playmobil ou uma cuia de chimarrão, mas um enfermeiro do sertão cravou: “Isso é um coco!”
O repórter Zé de Sousa, sempre presente nas horas mais frutíferas do jornalismo investigativo, perguntou se o coco era verde ou seco. O médico, sem perder a compostura, respondeu:
— O raio X é preto e branco, só saberei quando tirá-lo. Se fizer toc, é seco. Se fizer ploc, é verde.
A cirurgia foi um sucesso. O coco saiu inteiro, mas o paciente segue calado sobre a origem da ideia. Apenas pediu que, da próxima vez, tragam uma faca, um canudinho e um pouco de gelo. Porque, segundo ele, “coisa boa é coco gelado”.