Arnaldo Niskier
Da Academia Brasileira de Letras e da
Academia Carioca de Letras
Como afirma o escritor Sérgio Rodrigues, “escrever é humano”. Um robô não tem coração, por isso pode ficar sem palavras. Grandes bancos são os maiores clientes de serviços digitais, como processamento de dados, cibersegurança e computação em nuvem. O setor financeiro investiu mais de 42 bilhões de reais com tecnologia no ano passado. E vai investir mais ainda no próximo ano. É um setor que avança extraordinariamente.
O custo de fornecimento de eletricidade nos Estados Unidos, devido à crescente demanda, elevou o preço para os consumidores, apesar da promessa do presidente Trump em sentido contrário.
As concessionárias estão gastando somas recordes na expansão da sua infraestrutura de geração e transmissão, parte que é coberta diretamente por grandes empresas de tecnologia.
Por outro lado, o uso de inteligência artificial por advogados e juízes levou o Judiciário a procurar soluções mais vantajosas. No Maranhão e em Minas Gerais, graças no ChatGPT, estão sendo buscadas soluções baseadas na nova tecnologia. É preciso que antes da generalização do conceito se dê um treinamento adequado ao juiz. Muitos erros estão sendo cometidos por ignorância de como a IA funciona. A OAB do Rio de Janeiro está atenta ao problema para evitar que se atente contra as normas vigentes.
O Brasil tem 83 milhões de processos em curso. A utilização da IA pode gerar benefícios, trazendo mais coerência às decisões. Mas isso precisa ser feito com muito cuidado. É preciso haver coerência nas decisões. A IA pode tornar o judiciário mais eficiente, acessível e previsível, auxiliando na triagem dos processos.
Mas a IA deve ser instrumento de apoio, não de substituição. Deve-se exigir transparência nos modelos utilizados e garantir uma necessária supervisão humana. De outro modo, estaremos prestando um desserviço à sociedade – e é claro que isso não é desejável.
