Maria José Rocha Lima[1]
Ao entrar em contato com um dos vídeos de Alex Carreiro, candidato a deputado distrital, muito me impressionou o devotamento de seu pai, Alexandre Carreiro, ex – prefeito do município de Poranga, no Ceará. Tenho ouvido de muitos candidatos a referência à aprovação ou não da família como fator para decisão.
Por mais assessores que tivesse Alex Carreiro, que já foi até presidente da Agência de Exportação do Governo Federal, nenhum substituiria aquele pai devotado. Seu Alexandre acompanha, com alegria, cada um dos filhos. Há alguns dias participou da solenidade de formatura em Direito do seu caçula, Alexandre Júnior, e ontem, com a mesma alegria, estava adesivando carros dos eleitores de Alex na Embaixada do Piauí, um boteco muito bem frequentado em Brasília.
Fico a pensar sobre a importância da família, particularmente do pai, na vida de uma pessoa. Como Winnicott, entendo que a identificação do menino com o pai se dá quando o pai carrega e representa a potencialidade do futuro de si. Para Winnicott, nós nos aproximamos das pessoas e as admiramos pelo que elas representam da possibilidade de realização de si. É o que consigo enxergar nessa relação tão amigável do Seu Alexandre com o seu filho Alex Carreiro. O pai orienta o filho naquilo que ele ainda não sabe, corrige os seus erros, o protege no desânimo e nas dificuldades e alenta o seu coração nas travessias difíceis. Tudo isso com intimidade, com ternura e com atitude firme, sem que o deixe diminuído.
A família Carreiro é um belo exemplo de família, contrastando com o triste espetáculo da destruição das famílias. A família vem atravessando uma crise cultural profunda, vivida por comunidades e vínculos sociais. A fragilidade, o rompimento dos vínculos representa riscos de grande gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade. E o desligamento pode deixar crianças, jovens e adultos vulneráveis. Como somos seres sociais, buscamos grupos que podem ser de pessoas de vidas desordenadas, de partidos e máfias que se aproveitam da ingenuidade, da boa-fé das pessoas e para isso precisam desgarrá-las das suas famílias. A verdadeira alegria do ser humano vem da fé no outro, fé na vida, confiança que faz pulsar forte o coração e nos faz sentir a beleza de apoiar-se mutuamente no caminho da vida.
Lembrei-me do psicanalista Gilberto Safra, que nos ensina: “A travessia pela vida é feita por uma linha estreita, somente possível pela presença do outro”.
[1]Maria José Rocha Lima é mestre em educação pela Universidade Federal da Bahia e doutora em psicanálise. Foi deputada de 1991 a 1999. É presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. E membro da Soroptimist International SI Brasília Sudoeste.