A pesquisa também identificou que pessoas mais ponderadas e conscientes apresentavam um risco muito menor de desenvolver demência
Créditos: adamkaz/istock
Desde o início dos tempos, o ser humano explora a complexidade da mente e a maneira como ela interfere em nossas ações e pensamentos, impactando diretamente em nossa saúde e bem-estar. De acordo com uma recente investigação da American Psychological Association, nossa personalidade é fator determinante para o risco de distúrbios cerebrais, como a demência.
A pesquisa, que foi divulgada no renomado Journal of Personality and Social Psychology, trouxe descobertas relevantes acerca da relação entre traços de personalidade e problemas cognitivos. Descobriu-se que pessoas neuróticas, aquelas com tendência para estresse e preocupação, são as mais suscetíveis a experimentar declínio cognitivo.
A personalidade como determinante para a segurança cerebral
Ao contrastar, o estudo identificou que pessoas mais ponderadas e conscientes apresentavam um risco muito menor de desenvolver demência, além de possuírem maior capacidade de recuperação de incapacidades moderadas. De acordo com os pesquisadores, a personalidade serve como uma bússola interna, que ao longo de nossas vidas nos leva a adotar certos comportamentos e padrões de pensamento, impactando diretamente na saúde, no surgimento de doenças e na longevidade.
Como foi realizado o estudo?
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores analisaram dados de aproximadamente duas décadas de avaliações anuais de cerca de 2.000 adultos mais velhos. Parte do programa incluiu uma avaliação de personalidade, que classificou características como neuroticismo e consciência, atribuindo-lhes uma pontuação entre 0 e 48. A extroversão, característica que mede o quanto um indivíduo busca e gosta de engajamento social, recebeu uma pontuação de 0 a 24.
Quais foram os resultados obtidos?
O estudo demonstrou que aqueles com pontuações elevadas em consciência tiveram um risco reduzido de comprometimento cognitivo. Por outro lado, indivíduos com altas pontuações em neuroticismo mostraram maior probabilidade de avançar nos estágios de comprometimento cognitivo. Os escores de extroversão mostraram um relacionamento mais complexo com o declínio cognitivo. Mais extrovertidos não possuíam uma proteção especial contra o comprometimento cognitivo, porém, uma vez que apresentaram incapacidade moderada, foram mais propensos à recuperação.
Este estudo reforça o quão intricadamente ligadas estão nossas mentes e nossos corpos, e fornece mais uma razão para buscarmos um conhecimento profundo sobre nós mesmos e o cuidado com a saúde mental. Este é um tema que, sem sombra de dúvidas, irá fomentar mais pesquisas e discussões no futuro próximo, sinalizando um caminho para uma vida mais longa e saudável.
Fonte: CatracaLivre*