Maria José Rocha Lima*
Lucas Vicente, nosso filho, ficou noivo de Mônica Alves. Uma solenidade incomum nos nossos dias, nos quais os casamentos não são obrigatórios, menos ainda o noivado. Diferentemente de muitos jovens na atualidade, Lucas preza muito a família. Família para ele é tudo, e qualquer ameaça a esta instituição milenar o transtorna. Bem diferente dos padrões atuais de relacionamento de casais, ele resolveu ficar noivo de Mônica, uma jovem recentemente formada em Letras, estudante de psicanálise, filha da Dona Ana Alves, uma viúva para lá de simpática, que gosta muito dele. Miguel Lucena e eu, pais de Lucas, ficamos cheios de gosto. Mônica é a caçulinha da família e tem duas irmãs, Adriana e Andreia – esta veio acompanhada do seu noivo, Kennedy. A sobremesa foi trazida pelos padrinhos João Paulo e Mari. Todos muito cordiais. Foi uma noite agradável, cheia de amor, risos e alegrias.
Essa iniciativa de Lucas me fez lembrar uma máxima filosófica, que ele adotou muito novinho, sempre sublinhada pelo amigo da família Breno Trajano, que ria muito quando ele dizia: “Não faça nada que prejudique o seu futuro”. Por isso, guardo muito expectativa e torço por um bom relacionamento. Ele não bebe, não frequenta baladas, é disciplinado, costuma comunicar a nós, seus pais, os lugares para aonde vai, só tem o vício Narguilé, mas fuma em casa, o que nos faz suportar com resignação.
Conversando com a sua madrinha Zenaide Nascimento sobre o noivado, ela exaltou a educação, a cordialidade e generosidade de Lucas. E eu lhe contei sobre a primeira vez que me defrontei, de forma consciente, com essas qualidades e virtudes de Lucas, quando li uma petição para garantir atendimento escolar diferenciado, no colégio. No recurso apresentado pela pedagoga e advogada Luciana Ramos, estava escrito em destaque: “Lucas é um guerreiro”, registrando e comprovando 100% de frequência à escola, nunca faltou sequer um dia em todos os anos e níveis escolares; aceitou durante toda a vida escolar acompanhamento, sem nunca se recusar ou faltar; também a sua assiduidade e respeito aos mais velhos, aos professores, funcionários e relacionamentos amigáveis com os colegas constituíram a sua marca.
Que Lucas continue honrando a sua luta, o seu esforço para ser justo e bom no relacionamento com a querida Mônica. Sabemos que nos relacionamentos há sofrimentos e alegrias, lágrimas e risos, mas desejamos a Lucas e Mônica um relacionamento cheio de compreensão e amor, compaixão, risos e respeito mútuo.
Maria José Rocha Lima é mestre e doutoranda em educação. Foi deputada de 1991 a 1999. Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. Psicanalista e dirigente da ABEPP. Membro da Organização Internacional Clube Soroptimista Internacional Brasilia Sudoeste.