Mais de 100 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza. Dois comandantes da Jihad Islâmica morreram nos ataques israelenses.
Ao menos 22 palestinos, incluindo nove crianças, morreram na madrugada de segunda-feira para terça-feira (11) em bombardeios de Israel em Gaza em resposta aos foguetes lançados por organizações armadas palestinas.
Outras 106 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza, território palestino controlado pelo movimento islamita Hamas, informaram as autoridades de saúde locais.
A Jihad Islâmica, segundo grupo islamita armado da Faixa de Gaza, anunciou nesta terça-feira as mortes de dois comandantes nos ataques israelenses.
As mortes são consequência de uma onda de violência em Jerusalém Oriental.
Desde segunda-feira, militantes palestinos lançaram mais de 200 foguetes contra Israel. O sistema antimísseis israelense Cúpula de Ferro interceptou mais de 90% dos projéteis, afirmou o porta-voz do exército, Jonathan Conricus. Ao menos seis israelenses ficaram feridos.
Israel respondeu ao lançamento de foguetes com 130 ataques de aviões de combate e helicópteros contra alvos militares no território palestino, que mataram 15 comandantes do Hamas e da Jihad Islâmica, anunciou Conricus à imprensa.
O porta-voz afirmou que os alvos eram lugares onde havia fabricação e armazenamento de armas, locais de treinamento de militantes, a casa de um comandante do Hamas e outros pontos.
Conricus disse que não há confirmação de que os ataques tenham afetado civis.
Conflito continua
Nesta terça-feira voltaram a disparar foguetes do enclave palestino em direção a Israel.
As Brigadas Al-Qasam, braço armado do Hamas, anunciaram que estão lançando “foguetes contra o inimigo na Jerusalém ocupada em resposta a seus crimes e à sua agressão à Cidade Sagrada. Esta é uma mensagem que o inimigo tem de entender: se atacarem, responderemos. Se aumentam a intensidade, iremos revidar”.
O exército israelense afirmou que no total 150 foguetes foram lançados de Gaza, mas dezenas foram interceptados pelo escudo antimísseis.
O Hamas informou ter lançado mais de 100 foguetes contra Israel “em resposta a seus crimes e à agressão contra a Cidade Sagrada”, após confrontos violentos entre palestinos e a polícia israelense, principalmente na Esplanada das Mesquitas, localizada na Cidade Velha de Jerusalém.
Encontro do Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança se reuniu ontem, por iniciativa da Tunísia. A Tunísia, a Noruega e a China apresentaram um projeto de declaração pedindo a redução da escalada, que Israel cesse a expansão de assentamentos, as demolições e expulsões de palestinos, inclusive em Jerusalém Oriental, e expressaram “grave preocupação” com o aumento das tensões e violência nos territórios ocupados na Cisjordânia.
Os diplomatas pediram a todas as partes a se absterem de tomar medidas unilaterais que exacerbem as tensões e coloquem em risco a solução de dois Estados, para evitar provocações e continuar a respeitar o status quo nos lugares sagrados.
Mas os Estados Unidos disseram aos outros quatorze membros que estavam trabalhando nos bastidores para apaziguar a situação e que temiam que uma declaração seria contra produtiva. Isso impediu o Conselho de chegar a um acordo.
Netanyahu elogia ações militares
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a “firmeza” das forças de segurança para garantir “a estabilidade” em Jerusalém.
Netanyahu advertiu que o Hamas cruzou uma “linha vermelha” ao disparar projéteis contra o território israelense, e que “Israel irá reagir com força. Quem atacar pagará um preço alto.” À noite, Netanyahu conversou com os chefes do serviço secreto e das Forças Armadas.