Depois de 14 anos de abandono, museu é reinaugurado com novidades e curiosidades
Um dos presentes do aniversário de 61 anos da capital é a reabertura do Museu de Arte de Brasília (MAB), um importante espaço cultural que estava fechado desde 2007. Vencidos os anos de abandono e as obras para recuperá-lo, o MAB é reaberto pela atual gestão e está de cara nova. Uma cara moderna e adequada às características e apelos da cidade que o abriga.
O MAB conta com obras de Tarsila do Amaral, Fayga Ostrower, Solange Escostegy, Glênio Bianchetti, Fernando Carpaneda, Thomie Ohtake, Darlan Rosa, entre outros
O MAB dispõe de aproximadamente 1.300 obras, das quais o museu tem capacidade para expor, ao mesmo tempo, 10% delas. Com a reforma, ele ganhou espaços com dimensões e estruturas únicas no DF. O laboratório para restauro, por exemplo, é o de melhor estrutura em toda a capital.
Ele conta com a sala de quarentena, onde as peças que chegam para o museu passam um tempo para serem observadas. Isto é para o caso delas apresentarem pragas ou até para serem aclimatadas. O sistema de incêndio também é único.
Há ainda uma doca coberta por onde circulam os caminhões com as obras de arte. O local é adequado porque não há desnível entre a altura do caminhão e o piso de entrada, o que facilita o transporte das peças para exibição. Nesse sentido, o MAB dispõe de um alçapão no piso superior para o transporte de obras que necessitam ser guinchadas devido à sua dimensão.
O novo MAB é moderno e atende às normas de segurança e acessibilidade e conta com dois elevadores especiais, seja para o transporte de pessoas com deficiência ou de obras de arte
“No momento em que o país inteiro vive uma crise sanitária desta dimensão, ter o Estado um olhar para a cultura para que ela não seja mais uma vítima do que está acontecendo já é um presente muito grande para o mundo artístico”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
O novo MAB é moderno e atende às normas de segurança e acessibilidade e conta com dois elevadores especiais, seja para o transporte de pessoas com deficiência ou de obras de arte. O espaço também ganhou uma reserva técnica com quase 600 metros, que antes não existia, além de uma sala de triagem para receber e avaliar obras.
Os visitantes também vão contar com uma sala de contemplação, com vista para o jardim e o Lago Paranoá. No novo museu há uma sala de múltiplos usos, onde poderão ser ministrados cursos e workshops.
Passeie pelo novo MAB:
Sustentável, o MAB conta com energia solar e captação de água de chuva para alimentação dos reservatórios pluviais.
Especial em sua estrutura, o acervo do museu também não fica para trás. O MAB conta com obras de Tarsila do Amaral, Fayga Ostrower, Solange Escostegy, Glênio Bianchetti, Fernando Carpaneda, Thomie Ohtake, Darlan Rosa, entre outros. A primeira exposição vai contar a história de Brasília.
“Não é somente os deuses da cultura que comemoram a reabertura desse museu, toda a classe artística comemora. Ele é o laboratório para desenvolver Brasília em vários segmentos. Ele é um monumento vivo da arte de Brasília”, acrescenta Bartolomeu Rodrigues.
Sobre o MAB
O MAB ocupa uma área privilegiada de 4.800 m² às margens do Lago Paranoá, no Setor de Hotéis e Turismo Norte, entre a Concha Acústica e o Palácio do Alvorada. Datado de 1960, o edifício teve o projeto estrutural assinado pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo, e o projeto arquitetônico leva o nome de Abel Carnauba Accioly, então funcionário da Novacap.
Inaugurado em 1961, o MAB serviu de anexo para o Brasília Palace Hotel, para o clube das Forças Armadas e, veja só, até para um casarão do samba. Somente em 1985 é que ele virou uma galeria com um acervo invejável com milhares de peças.
As obras passeiam pelas décadas de 50 até os anos 2000. São gravuras, pinturas, desenhos, esculturas, objetos, instalações e fotografias.
As obras expandiram a área construída original e adequaram o prédio a sua finalidade, com instalação de sistema de ar-condicionado em todo o edifício e criação de um laboratório para a restauração das obras de arte, além de outras melhorias, voltadas sobretudo à segurança do acervo e ao recurso a fontes de energia mais ecológicas.
Agência Brasília*