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As aulas a distância para os alunos da rede pública do DF começam em 10 dias com uma novidade no modelo de avaliação: os estudantes não serão submetidos a provas, aquelas tradicionais aplicadas pelos professores em sala.
Com a nova plataforma de ensino pela televisão e computador, os 456.109 matriculados terão de mostrar o conhecimento adquirido a partir de tarefas. Elas devem ser apresentadas no período determinado pelos docentes.
O programa Escola em Casa DF, elaborado na gestão do ex-secretário João Pedro Ferraz, exonerado nessa quinta-feira (18/06), deve manter as características idealizadas no comando de Carolina Louzada Petrarca, que assumiu a pasta. Pelas diretrizes, os alunos terão três opções de ensino para que o acesso possa ser universal.
Entre elas, as teleaulas, a plataforma digital e, para quem não tiver acesso a meios digitais, as tarefas impressas entregues pelo colégio. As avaliações serão feitas em casa, com material disponibilizado pelo centro educacional ou entregue na residência, se a opção for por material físico. Nesse último caso, a família recebe o dever e, depois, devolve ao docente.
Na plataforma digital, também há opções de exercícios. Todos devem cumprir as horas-aula exigidas pelo Ministério da Educação para critério de aprovação. “As avaliações de rendimento ocorrerão por meio da entrega e análise das atividades propostas pelos professores. Os estudantes que por acaso não foram contatados pelas suas escolas devem procurá-las para buscar meios de acesso às opções ofertadas”, lembra a Secretaria de Educação.
Retorno após 109 dias
Com atividades paradas desde 12 de março, os alunos retornarão com a obrigatoriedade de frequência em 29 de junho. Nesta data, os estudantes completarão 109 dias sem ensino presencial.
Somente nas duas últimas semanas a pasta criou 73.660 turmas virtuais, realizou 1,46 milhão de enturmações no Escola em Casa DF e enviou circulares instruindo todas as áreas sobre o uso da plataforma Google Sala de Aula. No dia 22, as primeiras aulas serão exibidas como teste, com cobrança de presença somente no dia 29.
Entre 22 e 29 de junho, todos os alunos e os 30 mil professores da rede devem estar enturmados com o novo modelo. Para cumprir o calendário do ano letivo, os estudantes terão aulas até 28 de janeiro de 2021.
Ainda não há qualquer previsão de retomada das lições nas unidades físicas. Caso isso ocorra, será decidido e anunciado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), em momento oportuno, quando o risco de propagação da Covid-19 estiver afastado.
Sinpro é contra
O Sindicato dos Professores do DF é contra o modelo de ensino a distância por não considerá-lo inclusivo. De acordo com a entidade, 120 mil alunos não têm acesso aos meios tecnológicos. “É uma total exclusão desses alunos. As atividades impressas não irão garantir a aprendizagem desses alunos. O que vai acontecer é a disseminação do vírus com esse vaivém de papéis”, ressaltou o diretor do Sinpro, Samuel Fernandes.