O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira, 13, que não estabeleceu nenhuma condição para fazer parte do governo de Jair Bolsonaro. O ministro afirmou que se sentia “honrado” por ter seu nome citado pelo presidente como primeira opção para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Rádio Bandeirantes neste domingo, 12, Bolsonaro declarou que pretende “cumprir o compromisso” de indicar Moro ao STF.
“Ele [Bolsonaro] foi eleito, fez o convite, fui até a casa dele no Rio de Janeiro. Nós conversamos e nós, mais uma vez publicamente, eu não estabeleci nenhuma condição. Não vou receber convite para ser ministro e estabelecer condições sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”, afirmou o ex-juiz da Operação Lava Jato, em palestra no Congresso Nacional Sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção, em Curitiba.
Durante a entrevista à Band neste domingo, 12, Bolsonaro afirmou que “uma pessoa da qualificação do Moro se realizaria dentro do STF” e que o atual ministro seria “grande aliado da sociedade brasileira” no Supremo.
No fórum na capital paranaense, o ministro falou sobre crime organizado e corrupção no Brasil ao lado do desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no tribunal de segunda instância. O evento foi organizado pela Escola da Magistratura Federal do Paraná (Esmafe-PR) e a Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) e acontece na Universidade Positivo.
A próxima vaga a ser preenchida no STF será aberta em novembro de 2020, quando o decano da Corte, ministro Celso de Mello, completará 75 anos de idade e se aposentará compulsoriamente. Uma outra cadeira ficará disponível no STF em julho de 2021, ainda no mandato de Bolsonaro, quando o ministro Marco Aurélio Mello chegará aos 75 anos.
“Quando surgir a vaga isso vai ser discutido, antes não”, declarou Moro nesta segunda. “Como disse, eu fico extremamente honrado com a posição do presidente, claro, fui magistrado 22 anos, todo magistrado tem o sonho de compor o Supremo Tribunal Federal, mas isso não é algo com o que eu me preocupo no momento. No fundo o que nós fazemos agora é nos focar no trabalho do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, afirmou.
O ministro reiterou que, no encontro com Bolsonaro, logo após a eleição, disse ao então recém-eleito presidente. “O que eu levei ao presidente foi: ‘presidente, eu quero trabalhar contra a corrupção, crime organizado e crime violento. Esse tem que ser o foco do Ministério da Justiça e Segurança Pública. E houve uma convergência de pautas.”
(Com Estadão Conteúdo)