Mulher sem máscara é levada para delegacia no DF após tentar entrar em supermercado — Foto: TV Globo/Reprodução
A mulher levada para delegacia após se recusar a usar máscara de proteção em um supermercado no Sudoeste, nesta segunda-feira (11), é servidora do Ministério Público da União e, desde 2008, atua no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT).
A informação foi confirmada à TV Globo em um comunicado enviado pela administração do órgão no DF. Em nota, o MPDFT informou que Paula Moreira Félix Costa, de 46 anos, pode sofrer algum tipo de “penalidade disciplinar”.
“A conduta da servidora pode ser objeto de avaliação interna e eventual penalidade disciplinar, caso seja constatado uso do cargo para justificar atitude indevida.”
A funcionária pública, perita em biologia, também foi autuada na 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) por “infração de medida sanitária preventiva”. O G1 não conseguiu contato com Paula nesta terça (12). Como estava sem o item de proteção, a cliente foi impedida de entrar no estabelecimento (entenda abaixo).
No comunicado, o MPDFT disse ainda que o comportamento da servidora fora do ambiente de trabalho “não expressa a opinião institucional” e reforçou a importância do uso de máscaras durante a pandemia do novo coronavírus.
Desde o dia 30 de abril, o uso de máscaras é obrigatório no DF. A penalidade, no entanto, começou a ser aplicada nesta segunda (11). Além de pagar uma multa de R$ 2 mil, quem não usar o acessório pode responder por crime de infração de medida sanitária, com pena de até um ano de reclusão.
Versão da servidora
Fachada da 5ª DP — Foto: Fred Ferreira/TV Globo
Ainda na delegacia, a servidora afirmou que foi comprar mantimentos para os filhos quando acabou surpreendida por um funcionário que disse a ela que não poderia entrar sem a máscara.
A mulher afirmou que não concorda com a determinação do governo, de obrigar o uso de máscara em Brasília.
“Eu tentei argumentar com o gerente que o governador não pode determinar medidas de segurança sanitária. Quem pode determinar essas medidas é a Vigilância Sanitária. O decreto do governador é exorbitante”, disse ela.
Na delegacia, a cliente contou que pediu ao gerente do supermercado que redigisse um documento afirmando que ela não poderia entrar sem máscara, mas ele não teria atendido ao pedido e chamou os policiais militares.
O supermercado afirma que foram “pessoas que estavam no local” que chamaram a PM. Em nota, a rede disse que ” cumpre integralmente a determinação dos decretos do governo do Distrito Federal em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras.”
A empresa afirma que ofereceu, gratuitamente, uma máscara para a cliente “o que foi recusado” por ela. A mulher teria ainda recusado que um funcionário do supermercado fizesse as compras, enquanto ela aguardaria do lado de fora da loja.