Cevilha Moreira foi sentenciada por subtração de incapaz e falsificação de documento, e deve cumprir pena no semiaberto. Em junho, ela foi filmada levando bebê; defesa vai recorrer.
A 1ª Vara Criminal de Brasília condenou, nesta sexta-feira (3), a 2 anos e 6 meses de reclusão, a mulher acusada de “roubar” um bebê de 3 meses no Conic, na área central de Brasília, em junho deste ano. Cevilha Moreira dos Santos, de 44 anos, foi considerada culpada pelos crimes de subtração de incapaz e falsificação de documento público.
A sentença também prevê pagamento de 15 dias-multas, e estabelece que a pena seja cumprida em regime inicial semiaberto. O advogado de Cevilha, Gilson dos Santos, disse que vai recorrer da sentença. A mulher está presa na Penitenciária Feminina, a Colmeia, desde o dia 11 de agosto.
Após o crime, a mãe da criança contou à PM que Cevilha ofereceu uma oportunidade de emprego a ela. As duas foram até uma agência de emprego no Conic e, enquanto a vítima fazia um exame para a suposta vaga, a mulher fugiu com o bebê.
Um vídeo da câmera de segurança interna do prédio revela o momento em que a mãe do bebê e a sequestradora se identificam para entrar na agência.
Cevilha foi encontrada em Planaltina de Goiás cerca de sete horas depois de ter levado a criança. A Polícia Militar de Goiás resgatou o bebê e o devolveu para a mãe biológica que mora em Sobradinho, no DF. A mulher foi levada para a Cadeia Pública de Planaltina de Goiás (GO) e transferida para o DF em agosto.
Em julho, a defesa chegou a pedir a revogação da prisão preventiva sob o argumento que a mulher praticou o crime durante “surto psicótico”.
Parentes da vítima disseram que Cevilha teria frequentado a casa da mãe do bebê durante uma semana. Segundo informações de um tio da criança, a suspeita entregou uma cesta básica no valor de R$150 para a família dele.
O crime de “subtração de incapaz” é diferente do crime de “sequestro”, no Código Penal. Em geral, considera-se que no primeiro caso há a intenção do criminoso em assumir a guarda daquela criança ou adolescente. Já no sequestro ou no cárcere privado, o foco é na retirada da liberdade da vítima.
Certidão falsa
Em junho deste ano, o delegado Cristiomário Medeiros, que conduziu as investigações em Goiás, afirmou que Cevilha portava uma certidão de nascimento falsa em nome de outra criança. O delegado disse acreditar que a mulher queria ficar com o bebê para si, já que aparece como mãe da criança no documento (veja abaixo).
O namorado de Cevilha contou à Polícia Civil de Goiás que a mulher dizia estar grávida de uma menina, e que o casal tinha montado um quarto de bebê em casa.