Declaração do presidente Hugo Motta ocorreu em entrevista à Jovem Pan News. Para ele, aprovação foi uma vitória da sociedade

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), disse, nesta quarta-feira (19/11), que o governo terá de “se explicar à sociedade brasileira” por ter votado contra o Projeto de Lei (PL) Antifacção, aprovado na noite de ontem (18/11), com o placar amplo de 370 votos favoráveis ante 110 contrários.
“O governo tem que de explicar hoje à sociedade brasileira por que ficou contra [a proposta], porque, para o cidadão, o que importa é o que de fato irá acontecer na prática e o que vai melhorar a qualidade da segurança pública no Brasil”, disse Motta em entrevista à Jovem Pan News.
O chefe da Casa Baixa classificou como um “erro” a tentativa do governo de ir contra a proposta. Governistas chegaram a apresentar dois requerimentos para adiar a análise e um para retomar a versão original enviada pelo presidente Lula ao Congresso, mas todos sem sucesso.
“Eu penso que, ao fim, o governo ter ficado contra foi um erro, porque está indo contra um anseio da sociedade. Você acha que o cidadão que nos assiste está satisfeito com a segurança pública do país? Que a dona de casa que vê seu filho muitas vezes sair para trabalhar sem saber se ele volta quer saber o número da lei, quer saber quem é o presidente da Câmara, quem foi o relator da matéria? Não”, afirmou.
Segundo Motta, “essa mãe de família quer garantir a segurança que ela precisa, que é ter o direito de ir e vir, libertar-se das organizações criminosas que hoje dominam cidade e comunidades que o Estado não está nem conseguindo mais chegar”.
Haddad critica PL Antifacção
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o texto atual do PL Antifacção asfixia financeiramente a Polícia Federal (PF), e não o crime organizado. O ministro ainda classificou a aprovação do projeto pela Câmara dos Deputados como algo “delicado” para o país.
Em resposta, Motta subiu o tom e destacou que o governo terá muita dificuldade em construir uma “narrativa” contra o projeto.
“Eles terão muita dificuldade em construir uma narrativa contra um projeto que atende a ampla maioria da sociedade brasileira. Eu respeito quem divergiu ou quem votou contra, mas, na verdade, não tiveram a humildade de tecnicamente reconhecer os avanços que, inclusive, o ministro da Fazenda nos pediu e o relator atendeu”, declarou.

