Ex-governador de GO e ex-prefeito de Goiânia, político estava internado há três meses para tratar complicações de um AVC hemorrágico
Goiânia – Após pouco mais de três meses de internação para tratar complicações de um AVC hemorrágico, Iris Rezende, ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia, morreu aos 87 anos. O óbito foi confirmado na madrugada desta terça-feira (9/11) no perfil oficial do político no Instagram e pela sua assessoria de imprensa, que divulgou nota. No sábado (6/11), Iris Rezende teve piora no estado de saúde e precisou ser novamente intubado em decorrência de uma severa pneumonia.
O corpo vai ser velado no Palácio das Esmeraldas, no centro de Goiânia. O sepultamento está previsto para as 17h, no Cemitério Santana, na região do bairro de Campinas, também na capital do estado.
Boataria
Durante todo o tempo de hospitalização, circularam diversos boatos sobre a morte do político. Algumas pessoas chegaram, inclusive, a divulgar a informação, como o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). No entanto, a família e a assessoria negaram o óbito. Ainda no sábado (6/11), a esposa do ex-governador, Dona Iris, publicou, por meio das redes sociais, que as notícias em relação ao marido não procediam.
“Boa noite, amigos. Iris foi novamente intubado, mas estável. Vamos continuar orando e torcendo pela sua recuperação. Estou postando aqui de dentro da UTI. Está sedado, e não procedem as notícias do seu falecimento. Meus agradecimentos a todos”, escreveu Dona Iris no Twitter.
Um dos políticos mais conhecidos de Goiás, Iris Rezende é de Cristianópolis, que fica a 92 km da capital goiana. Trata-se da mesma cidade de Marília Mendonça, cantora goiana que morreu aos 26 anos em acidente aéreo em Caratinga (MG) na sexta-feira (5/11). A artista foi sepultada no último sábado (6/11) na capital goiana.
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Internado às pressas
Iris Rezende teve de ser internado às pressas no início da manhã do último dia 6 de agosto, na capital goiana. Ele sentiu fortes dores de cabeça em casa e foi levado ao Instituto Neurológico de Goiânia por familiares. No mesmo dia, passou por uma cirurgia para controlar um acidente vascular hemorrágico cerebral.
À época, a equipe médica avaliou como positiva a intervenção cirúrgica. Iris precisou ser intubado. Após apresentar, foi extubado. Saiu da unidade de terapia intensiva e chegou a ir para o quarto, já no dia 12 de agosto.
O quadro continuou evoluindo positivamente. No entanto, no dia 21 de agosto, Iris teve uma convulsão e voltou para a UTI. Após nova melhora, retornou para o quarto. Dez dias depois, foi levado novamente para a unidade intensiva.
Na mesma tarde do dia 31 de agosto, Iris Rezende foi transferido para o Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, na capital paulista, onde permaneceu desde então. De lá para cá, teve melhoras e pioras no quadro.
Carreira
Iris encerrou a carreira política em dezembro de 2020, ao concluir o quarto mandato como prefeito de Goiânia. Por mais de seis décadas, atuou na vida pública.
De líder estudantil, no fim do anos 1950, a ministro da Agricultura no governo Sarney e da Justiça, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi, além de prefeito de Goiânia, deputado estadual, governador de Goiás e senador.
Foi aliado histórico de Maguito Vilela, prefeito eleito de Goiânia, em 2020, e vitimado pela Covid-19 em janeiro deste ano.
Relação com Joaquim Roriz
Companheiros no MDB, Joaquim Roriz chegou a ser prefeito de Goiânia, em 1987, antes de seguir para o Distrito Federal, onde esteve no comando por mais de 3 mil dias. O ex-governador do DF também substituiu Iris Rezende no Ministério da Agricultura, em 1990, quando chegou ao fim o governo Sarney.
Em 1999, no cargo de senador da República, Rezende defendeu Roriz das acusações de que teria sido responsável pela violência da ação policial que culminou na morte do funcionário da Novacap, José Ferreira da Silva, e na perda do olho esquerdo de outras duas pessoas.
À época, Iris lembrou a trajetória política de Roriz e garantiu que o governador nunca foi dado a atos de brutalidade, agressão ou desrespeito às pessoas. “Ele sempre foi voltado às camadas mais pobres da população”. Roriz morreu em setembro de 2018 na capital federal.