George Lopes Leite era muito querido e respeitado entre os pares. A esposa dele, Jacira Leite, segue internada em estado grave
O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) George Lopes Leite morreu, aos 70 anos, em decorrência da Covid-19. O óbito foi registrado às 19h38 desta terça-feira (30/3). Ele foi intubado há 15 dias e estava internado no Hospital DF Star.
Em função do falecimento, o presidente do TJDFT, desembargador Romeu Gonzaga Neiva, vai decretar luto de três dias. O corpo de George Lopes Leite será cremado. Os órgãos não puderam ser doados.
A esposa do desembargador, Jacira Leite, está internada em estado grave. Ela, George Lopes Leite e o filho precisaram de atendimento hospitalar em razão da Covid-19.
George Lopes Leite nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, no dia 8 de fevereiro de 1951. Ele se formou em direito no DF, em 1977, e tomou posse como juiz substituto em agosto de 1988.
O magistrado atuou como titular da Vara de Execuções Criminais (VEC), atual Vara de Execuções Penais (VEP), e da Vara do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entre outras funções. Atualmente, o desembargador trabalhava na 1ª Turma Criminal.
O magistrado é lembrado com muito carinho por quem conviveu com ele. Pessoas que trabalharam próximo ao desembargador relatam que George Lopes Leite era um homem humilde, que incentivava os mais jovens. Uma de suas principais características foi a abertura ao diálogo.
George Lopes Leite preocupava-se com as questões sociais, especialmente as que envolvem criminalidade e violência. Era atencioso com os colegas da 2ª instância e com os juízes de 1º grau.
Em razão da morte do desembargador, a Presidência do TJDFT determinou o cancelamento de todas as sessões marcadas para esta terça-feira (30/3). Os eventos serão remarcados posteriormente.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), lamentou a morte do desembargador: “Um grande cidadão que fará muita falta ao judiciário do DF, à sociedade brasiliense que ele tanto amava e à família que ele sempre tratou com respeito e carinho”. Ibaneis é advogado e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do DF (OAB-DF).
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rafael Prudente (MDB), enviou um ofício ao presidente do TJDFT, desembargador Romeu Gonzaga Neiva, no qual manifesta pesar pelo falecimento. “Perdemos um grande magistrado. Natural de Mossoró (RN), George Lopes Leite atuou na magistratura do Distrito Federal desde 1988, abrilhantando, por mais de 30 anos, o judiciário do Distrito Federal”, frisou.
A Associação dos Procuradores do Distrito Federal (APDF) também lamentou a morte do desembargador em nota. “Hoje perdemos um grande magistrado, um grande professor, um homem verdadeiramente comprometido com o próprio significado da justiça. O desembargador George Lopes Leite era muito admirado e querido por todos, magistrados, advogados e servidores. Expresso meus mais sinceros sentimentos a seus familiares neste momento de profunda dor, pedindo a Deus que console seus corações”, ressalta, no texto, o presidente da APDF, Renato Guanabara Leal de Araújo.
Nota de pesar da Amagis-DF
A Associação dos Magistrados do Distrito Federal e dos Territórios (Amagis-DF) lamenta profundamente a morte do Desembargador George Lopes Leite, nesta terça-feira (30) vítima de covid-19. George presidiu a Amagis-DF no biênio 2002/2004, além de ter exercido vários mandatos em Diretorias da Associação.
Magistrado íntegro, comprometido e dedicado à causa da Justiça, teve a sua carreira pautada pelo humanismo em suas decisões. Como Juiz da Vara de Execução Penal desempenhou relevante papel na ressocialização dos sentenciados. Atualmente integrava a 1ª Turma Criminal e a Câmara Criminal e era o Diretor da Escola Judiciária.
A par da relevância de seu papel à Associação dos Magistrados e ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o Desembargador George marcou profundamente os que lhe conheceram, em especial os magistrados e magistradas do TJDF por seu amor à música, tendo inovado ao trazer concertos para o âmbito da Escola Judiciária, pela arte, pelo ensino e pela natureza. Pai dedicado, marido amoroso, professor exemplar e magistrado insubstituível, ele viverá para sempre em nossos corações.
A AMAGIS-DF lamenta essa inestimável perda para o Poder Judiciário e para toda a sociedade, e apresenta as condolências aos familiares e amigos.
Da Redação do Agenda Capital e Metrópoles