Thiago de Mello era um grande defensor da floresta e dos direitos humanos. Lutou contra a ditadura e celebrou a liberdade e a verdade no poema ‘Os estatutos do homem’
(crédito: Reprodução da internet)
Uma das vozes mais importantes na defesa da Amazônia, o poeta Thiago de Mello morreu nesta sexta-feira, aos 95 anos. A informação foi confirmada pela editora Global, que publicou nota sobre o poeta e ativista nas redes sociais. “É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos. Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país”, diz a nota.
O poeta morreu em Manaus e causa não foi revelada. O velório será na capital amazonense. O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou luto oficial de três dias.
Thiago de Mello nasceu em Barreirinha (AM), em 1926, e se engajou na luta política e na defesa da natureza ao longo de toda a carreira. É dele o poema Os estatutos do homem, publicado em 1964, no qual defende a verdade, a vida e a natureza. Além do engajamento político e ambiental, Thiago de Mello também era grande defensor dos direitos humanos.
Ao longo de mais de 60 décadas de carreira, ele publicou 12 livros de poesia e oito de prosa. O poeta lutou contra a ditadura e, por isso, acabou perseguido e exilado. Viveu na Argentina, em Portugal e no Chile, onde conheceu e fez amizade com o Nobel Pablo Neruda.
Confira a nota da Editora Global:
“É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos. Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país.
O autor, que nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926, tem também a luta política, o lirismo, a natureza, as relações de família e os amores como facetas marcantes em sua obra.
Preso durante a ditadura militar (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Da amizade veio a decisão de traduzirem os poemas um do outro.
Mello morou na Argentina, no Chile, em Portugal, na França e na Alemanha. Voltou à sua cidade natal, onde vive até hoje, apenas após o final do regime militar no Brasil.
Publicou, entre outros livros, Faz Escuro mas Eu Canto, Acerto de Contas, Como Sou, Melhores Poemas e Amazonas – Pátria da Água. Suas obras foram traduzidas para mais de trinta idiomas.
É hora de celebrar seu legado e se apoiar no seu lirismo para manter sua memória viva.
A Global deseja forças para sua família neste momento tão difícil.”