Sob pressão de associações da magistratura, do Ministério Público Federal e das forças de segurança que preparam protestos nesta semana em algumas capitais do país contra o projeto aprovado pelo Congresso que criminaliza o abuso de autoridade, o presidente Jair Bolsonaro se reúne cedo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para discutir o assunto. Às 8h, os dois têm audiência no Palácio da Alvorada e o PL do abuso de autoridade é um dos temas da pauta.
Na sexta-feira, em Resende (RJ), para onde viajou com a finalidade de acompanhar a cerimônia de entrega de espadins para cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Bolsonaro garantiu que, embora não tivesse lido o projeto, vai suprimir uma parte da proposta aprovada pelo Congresso. “Que vai ter veto, vai”, afirmou. Um dos trechos que não deve passar é o que determina a punição de policiais por usa punição de policiais por uso irregular de algemas. No fim de semana, Moro encaminhou a lideranças do Governo na Câmara trechos de possíveis vetos, entre os quais o artigo 26, que proíbe o agente de induzir um suspeito a cometer ato ilícito para, depois, prendê-lo.
Bolsonaro, que teve agenda intensa no sábado, passou o domingo descansando no Palácio da Alvorada. De manhã, publicou, em uma rede social, um vídeo cavalgando na 64ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (SP). O presidente esteve na abertura do evento, no interior paulista, na noite de sábado, onde assinou decreto sobre a avaliação de protocolos de bem-estar animal, feitos por entidades promotoras de rodeios, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e discursou e voltou a afirmar que não fará demarcação de terras indígenas em seu governo. Lá, ele também recebeu um diploma de homenagem da associação Os Independentes, promotora da festa em Barretos.
Alfinetadas
No Twitter, Bolsonaro voltou a comentar as eleições na Argentina. O presidente Mauricio Macri, que foi eleito com uma pauta liberal, enfrenta graves problemas econômicos. A chapa favorita, que ganhou as primárias com folga é formada por Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner. Fez duas postagens seguidas às 8h47. Na primeira delas, culpou os adversários de Macri pela crise econômica. “Com o possível retorno da turma do foro de São Paulo na Argentina, agora o povo saca, em massa, seu dinheiro dos bancos. É a Argentina, pelo populismo, cada vez mais próxima da Venezuela”, criticou. Na segunda, divulgou um trecho da Bíblia, retirado de Provérbios 28:19. “Quem lavra sua terra terá comida com fartura, quem persegue fantasias, se fartará de miséria.”