O ministro Alexandre de Moraes, relator de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura ofensas e ameaças a ministros, afirmou que o general da reserva Paulo Chagas, alvo de buscas dentro da investigação, fez “imputações gravemente ofensivas” à Corte.
Moraes enviou nesta quinta-feira (25) informações a pedido do ministro Luiz Edson Fachin, relator de pedido de Chagas para suspender o inquérito aberto em março para apurar notícias fraudulentas sobre o tribunal.
Paulo Chagas é candidato derrotado ao governo do Distrito Federal na eleição do ano passado pelo PSL e foi alvo de operação realizada no inquérito no dia 16 de abril.
Moraes justificou a Fachin a operação: “No caso de Paulo Chagas, há postagens nas redes sociais de propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social, com grande repercussão entre seguidores: em pelo menos uma ocasião, o investigado defendeu a criação de um tribunal de exceção para julgamento dos ministros do STF ou mesmo substituí-los, com imputações gravemente ofensivas aos integrantes desta Corte”.
O ministro Alexandre de Moraes enviou nesta quinta-feira (25) respostas a Fachin em diversos questionamentos feitos contra o inquérito aberto. Em outro documento, ele defendeu a retirada de conteúdo dos sites “O Antagonista” e “Crusoé” e explicou que revogou a censura.
Fachin ainda terá que tomar decisões em pelo menos oito questionamentos que chegaram após a abertura do inquérito, mas não há prazo para isso.
Entenda o inquérito
A investigação foi instaurada em março por ordem do presidente do Supremo, Dias Toffoli.
Na ocasião, o ministro informou que Alexandre de Moraes iria conduzir as investigações.
O inquérito foi alvo de críticas de procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato, de juristas e até mesmo de integrantes do STF.
Um dos magistrados mais antigos da Suprema Corte, o ministro Marco Aurélio Mello foi uma das vozes mais críticas à decisão de Toffoli.