Anúncio foi feito durante a entrega de 600 mil testes para a Covid-19 em São Luís, neste domingo (23). De acordo com o ministro, doses representam 5% a mais do que estava previsto para o Maranhão, segundo o Plano Nacional de Imunização.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve em São Luís neste domingo (23), para a entrega de 600 mil testes rápidos de Covid-19. A medida foi uma das anunciadas pela pasta no sábado (22), para conter a variante indiana do coronavírus (B.1.617) no país, após a confirmação dos primeiros casos no Maranhão.
Na chegada a capital maranhense, o ministro foi recepcionado no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado por Carlos Lula, secretário estadual de Saúde e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde); Eduardo Braide (Podemos), prefeito de São Luís e Joel Nunes, secretário municipal de Saúde.
Na ocasião, Queiroga anunciou que o Maranhão deve receber, aproximadamente, 300 mil novas doses de vacinas contra a Covid-19, 5% a mais do que estava previsto inicialmente pelo Plano Nacional de Imunização. Todas as doses serão destinadas para a Grande Ilha de São Luís.
Segundo o ministro, o pedido foi feito pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide e o secretário municipal de Saúde, Joel Nunes, devido a confirmação dos casos da variante na região e deve ampliar a cobertura de vacinas na Grande Ilha de São Luís.
“E nós todos estamos atentos a variante indiana, para que essa variante não tenha transmissão comunitária. Como o prefeito falou, hoje e ontem com o secretário Joel [de São Luís], ele fez um pleito muito justo de ampliar a cobertura de vacinas na Grande Ilha e foi acatado pelo Programa Nacional de Imunização. Nós teremos 5% a mais de vacinas, isso aproximadamente 300 mil doses nesse primeiro momento”, anunciou Queiroga.
De acordo com o ministro, a testagem em será implementada em pontos estratégicos no estado. Entretanto, não foram divulgados quais serão esses pontos e quando deve começar. A expectativa, segundo o que foi anunciado pelo próprio ministro, é que aconteçam em aeroportos e portos do Maranhão.
Ao todo, o Ministério da Saúde prevê a distribuição de 2,4 milhões de testes para todo o país. Os testes são capazes de identificar a variantes do vírus. Para isso, será necessário fazer uma análise genética em material dos doentes.
Após a entrega dos testes, Marcelo Queiroga fez um sobrevoo até o navio MV Shandong da Zhi, no litoral do Maranhão, onde estão os tripulantes diagnosticados com a variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617). A informação foi publicada em uma rede social do secretário estadual de Saúde, Carlos Lula.
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, realizam sobrevoo na área onde está ancorado navio com tripulantes diagnosticados com a variante indiana. — Foto: Reprodução/Redes sociais
Encontro com Dino
Ainda durante a vista em São Luís, Marcelo Queiroga se reuniu com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no Porto do Itaqui. O ministro e o governador conversaram sobre os protocolos que estão sendo adotados para impedir o avanço da variante indiana no estado.
Indiano internado
O indiano de 54 anos, internado em uma UTI de um hospital particular de São Luís com a variante indiana do coronavírus, permanece com quadro clínico grave, informou o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado no sábado (22).
O paciente foi entubado ainda no sábado após apresentar piora no quadro clínico. Ele está internado desde o dia 14 de maio, quando o navio no qual era tripulante, MV Shandong da Zhi, chegou ao litoral maranhense vindo da Malásia.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que foram recebidas 102 amostras de pessoas que tiveram contato direto e indireto com os tripulantes do navio. A SES reforçou que não há confirmação de transmissão local da variante indiana.
As amostras serão processadas pelo Laboratório Central do Maranhão (Lacen/MA) e em seguida, enviadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, para sequenciamento genômico.
Cepa indiana no Maranhão
O Maranhão confirmou na quinta-feira (20), os primeiros casos da variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617) no Brasil. Os seis casos da variante no país foram detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e chegou ao litoral maranhense em 14 de maio.
Um dos infectados foi internado em um hospital particular em São Luís. Os outros estão isolados dentro do navio, em alto mar, a cerca de cerca de 35 quilômetros da costa. Dois deles retornaram à embarcação depois de serem medicados em hospital.
As seis pessoas confirmadas com a nova cepa fazem parte do grupo de 23 tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que conta, no total, com 15 tripulantes que apresentaram testes positivos para a Covid-19. Oito seguem sem sintomas da doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a variante B.1.617 está sendo classificada como um tipo “digno de preocupação global”.
A análise genética revelou que essa variação apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
Em linhas gerais, tudo indica que esses “aprimoramentos” genéticos melhoram a capacidade de transmissão do vírus e permitem que ele consiga invadir nosso organismo com mais facilidade.
Com informações do G1