Israel Katz afirmou neste domingo que o país não permitirá que ninguém quebre o bloqueio naval do enclave palestino. Ativista sueca faz parte de missão que visa chamar a atenção para a crise humanitária na região.
Reprodução / Instagram / Greta Thunberg
Por Associated Press
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu impedir que um barco de ajuda humanitária com a ativista sueca Greta Thunberg e outros ativistas chegue à Faixa de Gaza.
Katz afirmou que Israel não permitirá que ninguém quebre o bloqueio naval do território palestino. Segundo ele, o objetivo do bloqueio é impedir que o grupo terrorista Hamas importe armas.
Os ativistas anunciaram que pretendiam chegar às águas de Gaza neste domingo (8). Em uma publicação no Instagram nesta manhã, o grupo diz que os radares da embarcação sofreram uma “interferência eletrônica”. A situação foi normalizada após cerca de 30 minutos.
“De acordo com o nosso rastreador, não estamos mais a 162 milhas de Gaza, que é onde de fato estamos. Ele diz que estamos no Aeroporto da Jordânia”, disse o ativista brasileiro Thiago Ávila, que faz parte da missão, em vídeo. “Nós sabemos o que isso significa, quando eles começam a bloquear a nossa comunicação. Significa que eles estão se preparando para uma interceptação ou um ataque”, afirmou.
Publicações no perfil da Freedom Flotilla Coalition dizem que radares da embarcação sofreram interferência — Foto: Reprodução/Instagram/@thiagoavilabrasil e @gazafreedomflotilla
O grupo com 12 ativistas a bordo do navio Madleen, operado pela Freedom Flotilla Coalition, partiu da Sicília, na Itália, no último domingo, em uma missão que visa romper o bloqueio marítimo de Gaza e entregar ajuda humanitária, além de chamar a atenção para a crise humanitária no enclave palestino.
Rima Hassan, deputada francesa no Parlamento Europeu e descendente de palestinos, também está a bordo. Ela foi proibida de entrar em Israel devido à sua oposição às políticas israelenses em relação aos palestinos. O navio transporta também o ator Liam Cunningham, da série “Game of Thrones”.
Durante uma coletiva de imprensa antes da partida da embarcação, Thunberg disse que o “silêncio mundial diante da situação [em Gaza] equivale a ‘um genocídio transmitido ao vivo'”.
Israel nega as acusações de genocídio e classifica as críticas como antissemitas.
Após um bloqueio total de três meses com o objetivo de pressionar o Hamas, Israel começou a permitir a entrada de alguma ajuda básica em Gaza no mês passado, mas trabalhadores humanitários alertam para o risco de fome caso o bloqueio e a guerra não cheguem ao fim.
Uma tentativa anterior da Freedom Flotilla de chegar a Gaza por mar fracassou no mês passado, depois que outro navio do grupo foi atacado por dois drones enquanto navegava em águas internacionais próximas a Malta.
O grupo responsabilizou Israel pelo ataque, que danificou a parte dianteira da embarcação.
A guerra destruiu grandes áreas da Faixa de Gaza e deslocou cerca de 90% da população do território, deixando os moradores quase totalmente dependentes de ajuda internacional. (Com g1)