Mil cruzes foram fincadas em frente a gramado do Congresso NacionalIgo Estrela/
(A manifestante Flávia RodriguesIgo Estrela/Reprodução)
Manifestantes fincaram mil cruzes em frente ao Congresso Nacional, pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã deste domingo (27/06). O ato faz parte do movimento internacional Stop Bolsonaro.
As cruzes representam as vítimas da pandemia do novo coronavírus no Brasil. O ato será seguido de ato ecumênico, incluindo a participação de líderes indígenas.
“É uma cerimônia artística para denunciar as mortes que poderiam ser evitadas, para se solidarizar com as famílias e para denunciar os responsáveis por esse genocídio. Que nós entendemos que sejam Bolsonaro, (o vice-presidente Hamilton) Mourão e o Centrão”, afirmou a professora Lúcia Iwanow, uma das organizadoras do ato.
Mil cruzes foram fincadas em frente a gramado do Congresso NacionalIgo Estrela/Reprodução
A manifestação foi organizada pelo grupo Coletivo Resistência e Ação, que se intitula suprapartidário de esquerda. Apesar disso, o ato teve participação de Gilberto Carvalho, liderança nacional do Partido dos Trabalhadores, e Érica Kokay, deputada federal pelo PT.
“É fundamental a gente prestar as nossas homenagem às pessoas que estão sendo vítimas de tanta negligência do próprio Estado e que tem sido vítimas dessa crise sanitária. Então, em primeiro lugar, é uma homenagem: todo mundo que parte é o amor de alguém”, disse a parlamentar.
Segurança
A Polícia Militar do DF (PMDF) mobilizou equipes para monitorar e garantir a segurança do protesto. O ato Stop Bolsonaro ocorre em mais de 50 cidades de vários países. Além de manifestações presenciais, o protesto também terá ações virtuais.
Segundo o padre Aguinaldo Pereira de Oliveira Júnior, diretor nacional do Serviço Jesuíta aos Migrantes e Refugiados no Brasil, a entrada da pandemia no interior é preocupante, principalmente, pelo fato de a doença estar infectando cada vez mais a população carente. Para o religioso, os mais pobres correm o risco de ser dizimados pela falta de acesso a tratamento e leitos de UTI.
“Acredito que a gente precise de menos notas e mais gestos proféticos que denunciem e anunciem o país que nós queremos”, comentou.
Segundo a servidora pública Flávia Rodrigues, não fosse pelo trabalho técnico do Sistema Único de Saúde e pelos profissionais de saúde, a pandemia teria causado um número maior de vítimas. “Essas mais de 50 mil mortes que aconteceram muitas poderiam ser evitadas se houvessem políticas públicas federais efetivas”, pontuou.