O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª região (TRT-10) acolheu o pedido do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (Sindmetro-DF) e determinou, nessa segunda-feira (6), a redução de 80% para 75% da frota mínima de trens em funcionamento em horários de pico durante a greve dos metroviários.
A medida reconsidera uma decisão liminar (provisória) que previa o emprego de, pelo menos, 19 das 24 composições nos períodos de maior movimento. Fica mantido, no entanto, o percentual de 30% dos trens nos outros horários e aos domingos.
Com a mudança, os horários de pico também foram alterados. Neste período, 15 trens vão fazer o trajeto entre Ceilândia, Samambaia e o Plano Piloto.
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Metrô do Distrito Federal no trecho de Águas Claras — Foto: André Borges/Agência Brasília
Sem acordo
A decisão do TRT foi tomada após metroviários e representantes do Metrô-DF trocarem acusações em uma audiência de tentativa de conciliação, na segunda (6). Sem acordo, a greve chegou ao sexto dia nesta terça (7).
Na sessão, o Metrô afirmou que o sindicato que representa a categoria não tem respeitado a decisão judicial que determinava o funcionamento mínimo do serviço.
Já os servidores alegam que o quantitativo determinado pela Justiça é maior até que o utilizado em dias sem paralisação. A categoria argumenta ainda que a decisão tem sido cumprida “dentro dos limites de funcionamento do metrô”.
Responsabilidade compartilhada
A decisão do TRT determina que a responsabilidade pelo pleno funcionamento do sistema, no período de greve, deve ser compartilhada entre Metrô-DF e o sindicato dos metroviários.
Em caso de descumprimento, mais uma vez, o TRT prevê a aplicação de multa diária de R$ 100 mil às partes “por ação ou omissão”, como a organização de atos que impeçam a circulação de trens ou o acesso dos trabalhadores aos postos de serviço.
Na revisão da liminar, a desembargadora responsável pela medida, Maria Regina Machado Guimarães, também determinou que um oficial de justiça faça rondas diárias nas estações para assegurar que decisão seja cumprida. A regra vale até quando durar a greve.
Paralisação
A greve dos metroviários teve início na quinta (2). A categoria reivindica a manutenção do acordo coletivo de trabalho que venceu em abril e é assinado de dois em dois anos.
Os Sindmetro-DF pede ainda o cumprimento de sentenças judiciais que determinam o reajuste dos salários dos servidores pelo INPC. Além disso, a entidade quer um acordo para que a jornada de trabalho dos pilotos mude oficialmente de 8 horas para 6 horas diárias.
Privatização
Em meio à greve dos metroviários, o governo do Distrito Federal lançou edital para passar à iniciativa privada a gestão do metrô na capital.
Segundo o documento, podem se candidatar companhias que tenham experiência comprovada em projetos ou na operação de sistema metroviário de transporte de passageiros, no Brasil ou no exterior. O prazo para apresentação da proposta é até 3 de junho.