terça-feira, 30/09/25
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Metanol: sobe para 5 número de mortes por intoxicação em SP

Segundo o governador Tarcísio de Freitas, foram registrados 22 casos até o momento. Destes, 17 são investigados e cinco foram confirmados

Marcelo S. Camargo/FUSSP

 

O governo estadual montou um gabinete de crise para enfrentar a série de casos de infecção por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol em São Paulo, nas últimas semanas. A medida foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (30/9), em coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes.

Segundo o governador, já foram registrados 22 casos até o momento — 17 suspeitos e 5 confirmados. Com relação às mortes, quatro são investigadas e uma confirmada para infecção por metanol.

Confira os números:

  •  1 morte confirmada por metanol;
  • 4 mortes sob investigação;
  • 5 casos de intoxicação por metanol;
  • 17 casos suspeitos de intoxicação por metanol;

As frentes de atuação do comitê de crise serão interdição de estabelecimentos que registraram ocorrências de suposta venda de bebidas adulteradas, abertura de canais de denúncias — incluindo o do Procon — e estruturação da rede de saúde para o atendimento de vítimas.

O secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, afirmou que o tratamento varia de acordo com o estado do paciente, mas que as unidades de saúde do estado já contam com o “antídoto” para o metanol. Paiva também ressaltou a importância de procurar atendimentona aparição dos primeiros sintomas, como dor abdominal, náuseas e vômito, o que também contribui para o monitoramento dos casos.

Envolvimento do PCC

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou existir evidências que apontem a possibilidade de participação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) nos casos de adulteração de bebidas alcóolicas por metanol em São Paulo.

“Tudo o que acontece agora em SP é PCC. Não tem evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso”, afirmou Tarcísio.

Nessa segunda-feira (29/9), a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) havia relacionado os casos de intoxicação ao metanol importado ilegalmente pelo grupo criminoso para batizar combustíveis.

Ministério alerta para surto epidêmico

Diferentemente de outras contaminações por metanol, desta vez a intoxicação se deu em “cenas sociais de consumo alcoólico”, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). O Ciatox já havia registrado, nos últimos dois anos, casos de intoxicação da substância pelo uso deliberado de combustível por moradores de rua. Agora, trata-se de consumo de bebida adulterada.

“A ingestão acidental ou intencional de metanol leva a intoxicações graves e potencialmente fatais. O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias. Nesse sentido, requer alerta à população, considerando, inclusive, o início do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcoólicas”, diz nota da Secretaria, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Recomendações da Senacon

A nota técnica com recomendações urgentes aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas em São Paulo tem como objetivo “orientar o setor privado e desencorajar a ação criminosa de falsificadores e distribuidores irregulares”.

A medida é dirigida a bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, mercados, atacarejos, distribuidores, plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega, mas também orienta consumidores sobre sinais de alerta para suspeita de adulteração.

São recomendados aos estabelecimentos:

  • Aquisição exclusiva de bebidas por meio de fornecedores formais com CNPJ ativo e regularidade no segmento;
  • Compra acompanhada de nota fiscal e conferência da chave de segurança nos canais da Receita Federal;
  • Não recebimento de garrafas com lacre e rolha violados, rótulos desalinhados ou de baixa qualidade, ausência de identificação do fabricante e importador, sem a identificação dos lotes, com numeração repetida ou ilegível;
  • Realização de medidas de rastreabilidade como dupla checagem;
  • A prática de preços muito abaixo do mercado, odor incompatível com o da bebida, ou relato de sintomas indesejados, como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, são alertas para suspeita de adulteração;
  • “Nessas situações, não realizem ‘testes caseiros’ (cheirar, provar, acender): tais práticas não são seguras nem conclusivas”, reforça a nota técnica.

 

 

 

 

 

 

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