segunda-feira, 22/09/25
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Mau com “u”, mal com “l”

Reprodução/X

 

 

Miguel Lucena

Na escola, aprendemos logo cedo que mal com “l” é advérbio, antônimo de bem, e mau com “u” é adjetivo, antônimo de bom. Até parece lição simples, dessas que a professora repete até o giz gastar. Mas, vez por outra, a gramática prega suas peças, e, quando o tropeço vem de alguém público, o erro ganha vida própria.

Foi o que aconteceu com Eduardo Bolsonaro, que resolveu escrever mau quando o certo seria mal. Bastava consultar a cartilha, mas a pressa é inimiga da ortografia. Nas redes sociais, o deslize virou prato feito: memes pipocaram mais rápidos que rojão em São João. O detalhe é que o deputado é escrivão de carreira da Polícia Federal, profissão em que a letra precisa ter precisão quase cirúrgica.

Não foi só um erro de português. Virou símbolo: o mau escrito com “u” parecia colado à ideia de mau exemplo. Já o mal com “l”, aquele que incomoda, ficou na conta de quem não distingue as duas letras. No tribunal da internet, a sentença é sempre rápida — e sem direito a recurso.

No fim, a lição é que mau com “u” pode até rimar com vagau, mas mal com “l” continua sendo a forma correta quando se trata de advérbio. O problema é que, em política, a confusão entre mal e mau anda bem além da gramática.

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