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Miguel Lucena
Há poucos dias, a ministra Rosa Weber, do Supremo, esteve com Maria Bernadete Pacífico, líder do Quilombo dos Palmares e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, Bahia. A liderança cobrou justiça para o assassinato do filho, Binho do Quilombo, ocorrido em 2017 e no rol dos insolúveis e esquecidos.
O quilombo liderado por Bernadete, composto de 289 famílias, mede 854,2 hectares, reconhecidos em 2017 pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A comunidade já foi certificada pela Fundação Palmares, mas o processo de titulação ainda não foi concluído. A terra é cobiçada por grileiros e especuladores imobiliários da região, suspeitos pelo assassinato de Binho.
Na noite de anteontem, quarta-feira, Maria Bernadete foi executada a tiros por dois homens de capacete que invadiram sua casa.
As autoridades se apressaram a exigir “rigorosa” apuração – o mesmo roteiro de falsidade e fingimento. Não apuraram a morte de Binho, Mãe Bernadete disse quem havia matado o filho dela, mas o estado seguiu inerte, ocupado demais com os lucros dos negócios que pululam para todo lado.
Agora, os mesmos inertes aparecem para chorar na tevê. Choro de cebola, para enganar os trouxas.