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Maria Baderna, a irreverente dançarina
conhecida tbm como Marietta Baderna, desafiou normas e valorizou a cultura negra no Rio de Janeiro do século XIX, deixou o registro de seu espírito rebelde e contestador, atraindo um público “barulhento”, que associou-se ao nome de Maria. Aportou no Rio de Janeiro em 1849 e apresentava-se no Teatro São Pedro, atual João Caetano, como bailarina, fazendo sucesso com a arte da dança na cidade. Ela rompeu com a ordem e o controle por parte de uma perspectiva masculina da história e marcou significativamente uma trajetória, um tempo, ao popularizar sua dança partilhando-a com os escravizados em danças ao ar livre, se encantou com ritmos de dança de origem africana, como o lundu, que passara a inserir nas apresentações de dança clássica. E, assim fazendo, provocava a ira dos conservadores, sofrendo represálias nos palcos vendo sua arte ser deixada para trás em um Rio de Janeiro repleto de contradições, com uma juventude que clamava por mudanças. A mídia dominante retrógrada na época realizava intensa campanha moral contra Maria Baderna, isolando-a das apresentações da então sociedade carioca. Ela viaja para a França ficando por um período fora do Brasil e, ao retornar, se apresenta mais algumas vezes, mas logo fica no anonimato. Casou e constituiu família, encerrando sua carreira de bailarina tornando-se professora de dança.
Faleceu em 1892, aos 64 anos, na cidade do Rio de Janeiro.