Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria revela que setor tem dificuldade para realizar compras nacionais e internacionais e não tem dado conta de atender aos pedidos dos clientes.
O setor industrial brasileiro continua com dificuldade para obter insumos e matérias-primas importados e nacionais, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nesta sexta-feira (9).
Segundo o levantamento da CNI, 73% das empresas da indústria geral e 72% das companhias de construção estão com dificuldade para obter insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. Em novembro, no último estudo realizado, esse percentual era de 75% e 72%, respectivamente.
A dificuldade também aparece com as indústrias que importam insumos. De acordo com a pesquisa, 65% das companhias industriais que dependem de compras internacionais estão com dificuldade para conseguir insumos. No setor de construção, essa fatia sobe para 79%.
A pesquisa da CNI foi realizada com 1.782 empresas em fevereiro.
“Essa desestruturação das cadeias produtivas ainda é resultado das enormes incertezas que a economia atravessou na primeira onda (da pandemia). A compra de insumos pelas empresas foi cancelada e os estoques foram reduzidos, um movimento que atingiu praticamente todas as empresas das cadeias de produção”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, por meio de nota.
“A rápida retomada da economia no segundo semestre de 2020 não pôde ser acompanhada no mesmo ritmo por todas as empresas o que gerou dificuldades nos diversos elos da cadeia”, acrescentou.
Dificuldade em atender os clientes
A pesquisa ainda apurou que boa parte das empresas está encontrando entraves para atender aos pedidos dos clientes dada a dificuldade de obter insumos e matérias-primas.
Segundo o levantamento da CNI, 45% das empresas da indústria em geral afirmaram que não conseguiram dar conta da demanda de fevereiro. Na indústria da construção, esse percentual foi de 30%.
Para 37% das empresas, a situação só deve se normalizar nos próximos três meses; 42% acreditam numa melhora no segundo semestre deste ano; e 14% projetam um cenário mais positivo no ano que vem. (G1)