Presidente afirmou “não ter problemas” em conversar com Campos Neto sobre alta dos juros, mas disse que elo mais forte cabe a Haddad
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo pretende reavaliar a autonomia do Banco Central ao final do mandato do atual presidente da entidade, Roberto Campos Neto.
“O que eu quero saber é o resultado (de um BC autônomo), o resultado vai ser melhor? Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo, mas se não melhorar, nós temos que mudar”, disse.
“Vamos ver qual é a utilidade que a independência do Banco Central teve para este país. Se trouxe para o país uma coisa extraordinariamente positiva, não tem problema nenhum ele ser independente”, afirmou o presidente.
Lula, entretanto, destacou que o BC “não é independente, é autônomo”, ressaltando que a entidade tem compromissos com a sociedade brasileira, com o Congresso Nacional e com ele, presidente da República.
“O que eu quero saber é o resultado. O resultado vai ser melhor? Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo [se melhorar], mas se não melhorar, nós temos que mudar”, salientou o chefe do Executivo.
Aumento do salário mínimo de R$ 1.320 e isenção de IR a R$ 2.640
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que irá reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320, a partir de maio. O anúncio deverá ser feito no dia 1º do mês, quando é comemorado o Dia do Trabalho.
Segundo o presidente, em maio, além do reajuste, será retomada a política do piso usada em governos petistas, que leva em conta o reajuste da inflação, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
“Já combinamos com movimentos sindicais, com Ministério do Trabalho, com o ministro Haddad, que vamos, em maio, reajustar para R$ 1.320 o valor do salário mínimo, e estabelecer nova regra para o piso, levando em conta, além da reposição da inflação, o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia”, disse à âncora da CNN Daniela Lima, no Palácio do Planalto.
O piso nacional deixou de ter reajustes reais (de acordo com a inflação) no governo Bolsonaro, que decidiu não seguir a regra de reajuste vigente entre 2011 a 2019.
“Então, estamos fazendo esse sacrifício, é compromisso meu com o povo brasileiro”.
Isenção do IR
O presidente confirmou também que irá elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para dois salários-mínimos, equivalente a R$ 2.640. Hoje a faixa de isenção do IR considera remuneração de até R$ 1.903,98 mensais.
“Vamos começar a isentar em R$ 2.640 até chegar em R$ 5 mil de isenção. Tem que chegar, porque foi compromisso meu e vou fazer”, disse.
*Com informações da CNN