Presidente Lula se reuniu, na manhã desta quinta-feira (19/1), com mais de uma centena de reitores de universidades e institutos federais
Em reunião com uma centena de reitores de universidades e institutos federais, na manhã desta quinta-feira (19/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado, mas que é preciso “derrotar os fanáticos”.
“Embora derrotamos Bolsonaro, nós temos que derrotar o ódio, a mentira, as fake news e os fanáticos”, afirmou Lula ao encerrar a reunião.
O petista afirmou, em referência aos atos terroristas de 8 de janeiro, que a sociedade “tem que voltar a ser civilizada”. “Ela tem que voltar a sorrir, gostar de música, de samba, de Carnaval, de futebol. Ela tem que voltar a gostar de ser humanista, a gente ser mais fraterno, mais solidário e a gente gostar mais uns dos outros. Afinal de contas, nós estamos no mesmo barco”, completou.
O presidente também defendeu o estreitamento da relação com as universidades e os institutos federais e disse que pretende fazer reuniões anuais com os comandos das instituições.
A reunião, que ocorreu no Palácio do Planalto, também contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, e dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
“Saindo das trevas”
No meio da reunião com reitores, Lula afirmou que as universidades estão “saindo das trevas” em direção “à luminosidade”.
“Eu nunca consegui compreender qual era a dificuldade que um presidente da República tinha de se encontrar com reitores uma vez por ano. E eu não conheço na história presidente que tenha recebido conjunto de reitores. A única explicação era medo de que vocês iriam fazer reivindicações”, afirmou Lula, em discurso aos reitores na abertura da reunião.
O presidente também comentou sobre estreitar a relação com as universidades e institutos federais. “Nós estamos começando um novo momento. Eu sei do obscurantismo que vocês viveram nesses últimos quatro anos. E eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo”, destacou. “Vocês precisam saber que o encontro com vocês é o encontro da civilização”, acrescentou.
Relação difícil com Bolsonaro
Durante o mandato de Jair Bolsonaro, a relação do governo federal com universidades públicas teve rusgas. Bolsonaro acusava as instituições de “militância” contra ele.
“Sabemos que, nas universidades, a militância é enorme. É um ‘carnaval’ contra a minha pessoa. Eu estou quase contra tudo e contra todos”, disse Bolsonaro em outubro de 2022.
No fim de novembro, a gestão Bolsonaro congelou R$ 344 milhões destinados para as instituições de ensino superior, segundo cálculos do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad). Dias depois, o Ministério da Educação (MEC) recuou e desbloqueou o montante.