Segundo o documento, o Banco Central do Brasil foi um dos primeiros a dar início ao aperto monetário
O ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou nesta terça-feira (11/10) – durante a 46ª reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, nos Estados Unidos – uma declaração avaliando que as condições financeiras adversas reduzem as estimativas de crescimento na maioria das regiões do mundo, mas pondera que dentro desse cenário, o Brasil tem se mostrado “à frente da curva”, pois já colocou em prática ações oportunas e decisivas para garantir a sustentabilidade fiscal e combater a inflação.
De acordo com o documento, o atual panorama global de desaceleração econômica – com juros mais altos, valorização do dólar e fluxo de capital voláteis – aumenta significativamente os riscos de dificuldades financeiras nos mercados de crédito. Tal quadro é reflexos dos gargalos de abastecimento provocados pela pandemia da Covid-19 que foram acentuados pela guerra no leste Europeu, levando à alta dos preços de alimentos e energia em escala mundial.
Sobre a situação no Brasil, o documento aponta ações adotadas pelo país para assegurar a sustentabilidade fiscal e o combate à inflação, as quais possibilitaram superávits fiscais primários a partir de agosto de 2021; o retorno da dívida pública aos níveis pré-pandemia (77,5% do PIB em agosto de 2019 e agosto de 2022); e a continuidade da assistência emergencial.
O material lembra que o Banco Central do Brasil foi um dos primeiros a reagir de forma decisiva às pressões inflacionárias, iniciando seu ciclo de aperto monetário em março de 2021. Também ressalta os esforços do país para reequilibrar economia doméstica, tanto no plano fiscal quanto no monetário.
A arrecadação brasileira de impostos aumentou 17,5% no ano passado, de acordo com a declaração, que salienta que o déficit fiscal primário em 2021, como proporção do PIB, foi inferior aos anos pré-pandemia. Como resultado, o crescimento do PIB vai superar expectativas pouco otimistas que, no início do ano, apontavam alta de 0,3%.
Nesta terça-feira (11), o FMI ampliou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 para 2,8% (ante 1,7%, conforme indicado na estimativa anterior, de julho)
O documento fala da importância de os bancos centrais adotarem postura de “determinação inabalável” na luta contra a inflação, o que exige a manutenção das taxas de juros elevadas por um período prolongado. Na avaliação do ministro, após atrasos consideráveis, as economias avançadas começaram a adotar uma política monetária mais restritiva em relação à alta da inflação e à desaceleração econômica pelas quais passa a economia global.
Declaração
O Brasil representa um grupo de países no FMI. O material apresentado resume a avaliação dos principais temas na conjuntura econômica atual mundial e reflete o entendimento de cada país sobre sua própria experiência. Além do Brasil, o documento expressa as avaliações de Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, República Democrática de Timor-Leste e Trinidad e Tobago.
Com Assessoria