Licitação das obras é alvo de polêmicas e está marcada para dezembro. Investimento previsto pelo GDF é de R$ 160 milhões
A licitação para contratação das obras de reformulação da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) foi retomada esta semana e está prevista para ocorrer em 13 de dezembro. A empresa vencedora do certame vai elaborar estudos técnicos, os projetos básicos e executivos e executar as construções e manutenção da via. O investimento previsto é de R$ 160.237.391,86.
As obras na Epig preveem a implantação de faixa exclusiva para ônibus no sistema BRT, a construção de nove viadutos, estações BRT, passagens para pedestres e ciclovias. Por questões de logística e segurança, os serviços serão realizados em seis trechos.
A empreitada é alvo de protesto dos moradores, mas o GDF diz que a obra é legal.
Entenda o projeto
O primeiro trecho, situado entre a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e o fim da interseção viária entre a Epig e a Estrada Setor Policial Militar (ESPM). Abrange implementação de corredor BRT, construção de dois viadutos, instalação de ciclovias, drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.
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O segundo trecho, localizado no intervalo entre a interseção Epig/ESPM e a interseção entre Epig/Sudoeste/Parque da Cidade, prevê a construção do corredor BRT e de três viadutos, além de instalação de ciclovias, drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.
O terceiro trecho consiste na construção de viaduto na interseção da Epig com o Sudoeste e o Parque da Cidade – local por onde passam, em média, 25 mil veículos por dia. O investimento será de R$ 24,6 milhões. Os trevos na Epig serão feitos em trincheiras, ou seja, de forma subterrânea.
Com a mudança, quem sair do Parque da Cidade em direção ao Sudoeste não terá mais de passar por semáforos e retornos. Seguirá direto para a Avenida das Jaqueiras, passando embaixo da Epig. A obra também permitirá sair do Sudoeste, na altura da avenida, e pegar a Epig sentido Plano Piloto — e vice-versa — sem a necessidade de retorno.
A quarta etapa será executada entre a interseção Epig/Sudoeste/Parque da Cidade e o entroncamento do Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Consiste na implementação do corredor BRT, na construção de dois novos viadutos, na implantação de duas passarelas subterrâneas para pedestres, além de instalação de ciclovias, drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.
O quinto trecho prevê, entre outros serviços, a construção de um viaduto, colocação do corredor BRT e ciclovias, além de obras de drenagem, pavimentação e paisagismo.
A sexta e última fase estabelece a readequação do sistema viário para duplicação da via e instalação de estacionamentos públicos, além de obras de drenagem, pavimentação e implantação de ciclovias.
Corredor Eixo Oeste
Com 38,7km de extensão, o projeto do Corredor Eixo Oeste prevê o alargamento de pistas e a construção de faixas exclusivas nas principais vias de ligação do Sol Nascente com o Plano Piloto, como a Avenida Hélio Prates, a Epig e a ESPM, que leva ao Terminal da Asa Sul.
O objetivo é reduzir em meia hora o tempo de deslocamento até o Plano Piloto. As obras serão feitas por trechos, uma vez que seria inviável fazer as intervenções de uma vez no trânsito.
Polêmica
A construção do viaduto da Epig tem sido alvo de polêmica no Distrito Federal, com idas e vindas na Justiça, além de queda de braço entre moradores e GDF.
Para a Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), a proposta fere o conjunto urbanístico de Brasília e o tombamento do Parque da Cidade, instituído pelo Decreto distrital nº 33.224/2011.
Além disso, a promotoria entende que não foram atendidas as exigências apresentadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) relacionadas às soluções para o trânsito de pedestres e ciclistas na área.
Parecer técnico elaborado pelo instituto também faz considerações sobre os impactos negativos da introdução de um viaduto na saída do parque e sobre o possível superdimensionamento da obra.
No entanto, o GDF ressaltou que a obra é legal. Em nota, o governo local destacou que a construção “está contemplada no Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU/DF) de 2009”.