Queda vem no período de ampliação da vacinação, que já imunizou totalmente um terço da população brasileira
A letalidade da Covid é a menor em quatro meses, e atingiu o menor número desde a semana terminada em 24 de abril. O indicador está em 2,97%, e tem caído paulatinamente desde o pico atingido no auge da segunda onda, quando foi de 3,01%.
A diferença pode parecer muito pequena em termos percentuais, mas representa quatro mortes a menos a cada 10 mil diagnósticos positivos da doença. Hoje, o Brasil já tem 20,5 milhões de infecções confirmadas da doença. Levando em conta esse total, a diferença no número de mortes seria de 8,2 mil.
O cálculo leva em conta a média móvel da letalidade das últimas quatro semanas. O objetivo disso é diminuir a volatilidade do número, que varia muito de semana para semana. Eles foram feitos pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, em cima das informações do Ministério da Saúde.
O gráfico a seguir mostra como evoluiu a letalidade da Covid-19 desde que a doença chegou no país. A linha mostra a média móvel da letalidade, enquanto as colunas trazem a média por semana
Como é possível ver, após um pico inicial, principalmente devido à baixa realização de testes no período, houve uma queda até o inicio da segunda onda, quando a letalidade voltou a crescer. Em seguida, o número passou a cair suavemente com o avanço da vacinação.
Essa queda se deve principalmente ao avanço da vacinação, aponta o infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro. “A grandeza da vacina é justamente diminuir o número de mortes e hospitalizações, dos casos graves”, apontou.
“Quanto mais as pessoas tomarem a vacina, seja a completa, seja a dose única, o que espera é que esse número caia, mais porque, se a gente evita casos graves com a vacina, na realidade estamos evitando número de mortes”, acrescentou.
A situação não é a mesma, entretanto, em todos os estados. O gráfico a seguir mostra a situação por Unidade da Federação. Da mesma forma que no primeiro, as colunas representam a letalidade na semana, enquanto a linha traz a letalidade acumulada.
Além da vacinação, outro fator que influencia o número e tem mais importância quando ele é desagregado por Unidade da Federação é a testagem. Estados que testam mais tendem a ter uma letalidade menor, enquanto menos testes resultam em um indicador com letalidade maior
Como o Brasil não faz testagem em massa, os testes acabam sendo feito de forma predominante em pessoas com sintomas da doença. Dessa forma, muitos casos assintomáticos ou muito leves não são contabilizados, enquanto grande parte das infecções com consequências graves entram na estatística oficial.
Com informações do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles