Luis Miranda acionou contra o colega de bancada após um áudio em que o deputado diz que “Bolsonaro se acovardou” em não fechar o Supremo
O deputado federal Laerte Bessa (PL-DF)virou alvo de uma queixa-crime após divulgar um áudio no qual afirmou ter defendido um suposto golpe para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, o ministro da Justiça, Anderson Torres, também foi oficiadosobre o episódio.
A ação foi protocolada na Suprema Corte, na última terça-feira (8/6), e é de autoria do relator da Medida Provisória da Polícia Civil (PCDF), deputado Luis Miranda (DEM-DF). Os dois bateram boca na semana passada após o veto presidencial à emenda que garantiria o plano de saúde para força policial. Na troca de farpas, Bessa chamou Miranda de “estelionatário contumaz”.
Na peça, a defesa do parlamentar solicita que o ex-diretor da Polícia Civil (PCDF) preste explicações em juízo sobre o conteúdo completo do material.
“Por tudo, o objeto do querelado se junta para o fim precípuo de desgastar politicamente o querelante, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal e o próprio Congresso, fato esse que deve ser barrado”, registra o advogado Henrique Morais.
A briga começou quando Laerte Bessacriticou a decisão de Bolsonaro de vetar o benefício para a categoria que ele tem origem.
“Bom, eu não quero comentar sobre o presidente, porque ele não é isso tudo que o povo está pensando. Eu conheço ele bem e sei que ele deixou muito a desejar no comando do país. Todo mundo sabe que nós votamos nele para ele dar o golpe, para ele acabar com o Supremo e, se fosse o caso, fechasse o Congresso também, porque eu era totalmente a favor, e ele simplesmente se acovardou.”
A coluna tentou contato com o deputado Laerte Bessa, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.
Entenda o caso:
Ao voltar a falar sobre o veto, Laerte Bessa afirmou que vai trabalhar para derrubar o veto no Congresso, que seria “questão de honra”, e direcionou ataques ao colega de bancada.
“O senhor Luis Miranda, quem conhece, é um estelionatário contumaz aqui no Distrito Federal. Ele tem em torno de 12 processos, inquéritos policiais nas delegacias aqui do Distrito Federal, sem contar nos Estados Unidos. Então, o nosso pessoal colocou muita fé nele. Eu sabia que aquilo era um balão de ensaio, que era fogo, fogo na fogueira sem álcool e que nós podíamos simplesmente ter uma grande decepção no final daquele projeto que ele era o relator. Os nossos policiais não acreditam em Papai Noel”, continuou.
Ouça:
Conselho de Ética
Ao tomar conhecimento do conteúdo do áudio, Luis Miranda informou que vai levar os xingamentos disparados por Laerte Bessa ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Além disso, o parlamentar afirmou que processos contra ele foram arquivados e que o ex-diretor da PCDF tentou atribuir ao presidente uma tentativa de golpe contra os poderes, defendido pelo próprio Bessa. Recentemente, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso pelo mesmo discurso.
Procurado pela coluna no dia do bate-boca, Laerte Bessa confirmou a autoria do áudio e disse que não se manifestaria sobre a gravação: “Deixa o pau quebrar”. (Metrópoles)