terça-feira, 10/06/25
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Justiça nega retorno do ex-diretor do Hospital da Criança a Conselho de Saúde

Renilson Rehem foi afastado do conselho em setembro do ano passado por suspeita de irregularidades na gestão do hospital. Desembargadores do DF decidiram por não conceder mandado de segurança.

O ex-diretor do Hospital da Criança no Distrito Federal Renilson Rehem teve pedido de retorno ao Conselho de Saúde do DF negado pela Justiça nesta terça-feira (13). Ele está afastado da função de conselheiro desde setembro do ano passado por decisão do Tribunal de Contas, que entendeu haver irregularidades na gestão do hospital.

A defesa de Rehem entrou com mandado de segurança para pedir que a decisão fosse anulada, mas o Conselho Especial – a cúpula do Tribunal de Justiça – negou o pedido. A recomendação do afastamento, feita pelo Ministério Público de Contas, pedia que o ex-diretor tivesse as funções suspensas até que as investigações contra ele, no âmbito da CPI da Saúde, fossem encerradas.

Ele é suspeito de praticar irregularidades nos contratos de gestão firmados entre a Secretaria de Saúde e o Instituto de Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), organização social por meio da qual Rehem administrava o Hospital da Criança desde 2011. Segundo denúncia do Ministério Público, a contratação da entidade foi feita sem licitação e justificativa de preço.

O superintendente executivo do Hospital da Criança, Renilson Rehem, em entrevista no Palácio do Buriti (Foto: Renato Araújo/Agência Brasília)

O superintendente executivo do Hospital da Criança, Renilson Rehem, em entrevista no Palácio do Buriti 

No mandado de segurança, Rehem argumenta que as provas apresentadas pelo MP “não têm validade”, que o relatório da CPI não é conclusivo e, portanto, não poderia ser utilizado na investigação.

O ex-conselheiro também alega que o Tribunal de Contas não tem competência legal para afastá-lo da função, interferindo na autonomia do Conselho de Saúde. Posição endossada pelo GDF, que apontou os princípios da legalidade e separação de poderes para justitifcar o argumento.

Ao contrário, a presidente do tribunal, Anilcéia Machado, afirmou nos autos que “não há ilegalidade ou abusividade no afastamento” e que a medida é função institucional do Tribunal de Contas – cuja responsabilidade inclui o controle externo da administração pública do DF.

O Ministério Público também reforçou a necessidade de manter o afastamento e apresentou parecer aos desembargadores do Tribunal de Contas, que entenderem “não haver razão para se impedir atuação preventiva da Corte de Contas distrital”.

O colegiado defende a razoabilidade de manter a suspensão de Rehem do Conselho de Saúde, já que é investigado por irregularidades e a função que assumia lhe permitia tomar decisões “de extrema importância para o sistema de saúde do DF, inclusive no que se refere aos aspectos econômicos e financeiros da formulação de estratégias e do controle de execução da política de saúde.”

Investigações

O Icipe é objeto de outras sete investigações em curso no Tribunal de Contas – o próprio surgimento da entidade é questionado. O instituto foi fundado em 2009 e passou a ser considerado organização social em 2011. Entre os assuntos apurados, está o fato de o Icipe ter sido credenciado como OS sem cumprir exigências legais, como apresentação de balanços dos patrimônios dos dois anos anteriores.

Desde 2011, o Icipe recebeu mais de R$ 200 milhões do GDF e do governo federal sem licitação. Segundo o relatório, a contratação do instituto “não poderia ter ocorrido pelo fato de que o Icipe não preenchia os requisitos formais de estabelecimentos nos chamamentos públicos”. Os contratos com a entidade foram assinados à época mesmo sem o aval da Procuradoria-Geral do DF.

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