domingo, 23/02/25
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Justiça nega aumentar trens em circulação durante greve no Metrô-DF

Presidente do TRT-10, desembargador Brasilino Santos Ramos manteve liminar que determina funcionamento de 60% dos trens nos horários de pico

Estação Praça do Relógio lotada por causa da greve dos metroviários no DF
Rafaela Felicciano/Reprodução

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), desembargador Brasilino Santos Ramos, negou o pedido do Metrô-DF para aumentar os percentuais mínimos de circulação dos trens durante a greve dos metroviários, que começou nesta segunda-feira (19/4).

As estações de metrô do Distrito Federal amanheceram lotadas (foto em destaque). As aglomerações no transporte ocorrem em plena pandemia de Covid-19, no cenário em que o distanciamento social é recomendado por autoridades para evitar a proliferação do novo coronavírus.

Na última sexta-feira (16/4), o TRT-10 determinou que seja garantido o funcionamento e a circulação de 60% dos trens, em horários de pico, e de 40% dos veículos, nos demais horários ao longo do dia. Foi dessa decisão que o Metrô-DF pediu reconsideração, a fim de que os índices fossem maiores.

“O percentual fixado revela-se insuficiente para atender a demanda do usuário do serviço por ela prestado, assim como impõe redução drástica de trens nos horários de pico, de modo a aumentar a aglomeração nas plataformas; gerar insegurança aos usuários; superlotar os trens; impossibilitar a manutenção das condições sanitárias adequadas nos vagões; aumentar o risco de transmissão da Covid-19”, argumentou a empresa pública.

Em decisão expedida na tarde desta segunda-feira, o presidente do TRT-10 disse que “sem descurar o persistente quadro pandêmico por que todos passam, os percentuais fixados se mostram razoáveis e compatíveis com o exercício do direito de greve e com a manutenção dos serviços em atividade considerada essencial e de grande impacto e relevância para o usuário, empregados e toda a população do Distrito Federal”. Segundo o magistrado, as alegações apresentadas estavam desacompanhadas de comprovação.

Confira fotos das estações de metrô, nesta segunda-feira:

Estação de Ceilândia Centro lotada por causa da greve dos metroviários no DF
Estação de Ceilândia Centro lotada por causa da greve dos metroviários no DFEstação de Ceilândia Centro lotada por causa da greve dos metroviários no DFEstação de Ceilândia Centro lotada por causa da greve dos metroviários no DF

“Constrangimento”

Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF) afirmou à Justiça do Trabalho que a empresa pública solicitou aos empregados que informem, ao assumirem os postos de trabalho, “se estão a serviço por determinação do comando de greve” ou “se não aderiram ao movimento paredista”.

A entidade pediu que o Metrô-DF fosse obrigado a não “constranger” os trabalhadores. Essa solicitação também foi negada pelo desembargador do trabalho.

Greve

Após a assembleia que terminou na madrugada desta segunda, metroviários optaram por não aceitar a proposta do Metrô-DF e paralisar os trabalhos, mantendo apenas 60% dos trabalhadores em seus postos nos horários de pico e 40% no restante do dia.

O principal gatilho para o movimento paredista foi o corte do auxílio-alimentação no início de abril. “Nosso benefício é de R$ 1,2 mil, e o Metrô cortou. Não quiseram negociar nem diante do TRT. Além disso, querem cortar nosso plano de saúde e nossa previdência. São benefícios conquistados no Acordo Coletivo de Trabalho”, afirmou a diretora de administração do SindMetrô, Renata Campos.

A categoria pede o restabelecimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e informou que vai acionar o TRT a fim de garantir a revisão de decisão judicial e tentar reduzir o percentual de funcionamento obrigatório de 60%, nos horários de pico, para 30% do quadro funcional.

Em nota divulgada nesta segunda, o Metrô-DF disse que o sistema operou com 60% dos trens, como estipulou liminar do TRT. “Fora do horário de pico, ainda de manhã, seis trens estavam em operação, o que corresponde a 40% do total que normalmente circula neste horário, conforme percentual também estabelecido pelo TRT”, pontuou.

Segundo a empresa pública, foram realizadas nove reuniões de negociações e duas audiências de conciliação, mas não houve consenso. “O Metrô-DF manteve todos os benefícios, com exceção daqueles considerados sem amparo legal, como o 13º Auxílio Alimentação”, alegou.

“A Companhia permanece disposta à negociação e aberta ao diálogo, desde que a categoria vote a última proposta apresentada para o ACT 2021 – 2023, que contempla avanços, mas sequer foi apreciada pela categoria nas duas últimas assembleias. Foram incorporadas à proposta inicial cláusulas que atendem a reivindicações da categoria, como nova escala de trabalho para agentes de estação e seguranças e gratificação por quebra de caixa, entre outras”, assinalou o Metrô-DF. (Metrópoles)

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