Foto: IGO ESTRELA/Reprodução
O juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro da 8ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal deu, nessa terça-feira (5/5), 72 horas para que o presidente da República, Jair Bolsonaro, explique a mudança na chefia da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (4/5), logo após tomar posse no cargo, o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, decidiu trocar o comando da superintendência da corporação no Rio. O então diretor Carlos Henrique Oliveira foi convidado para a direção-executiva da corporação.
Nesta quarta-feira, o delegado Tacio Muzzi foi anunciado para comandar em seu lugar. A interferência do presidente da República na Polícia Federal é uma das acusações que o ex-ministro Sergio Moro fez contra Bolsonaro ao pedir demissão há duas semanas.
Acusação é alvo de inquérito
A acusação de Moro levou o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma investigação, que foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No âmbito desta investigação, Moro passou mais de 8 horas prestando depoimento à PF no último sábado.
As declarações do ex-juiz vazou nessa terça-feira. Segundo consta no depoimento, o ex-juiz reafirmou as acusações que fez ao anunciar a saída do governo e deu detalhes da pressão que teria sofrido para promover alterações na estrutura da corporação, principalmente no Rio de Janeiro.
A decisão de Francisco Alexandre Ribeiro tem Jair Bolsonaro como réu. Por duas vezes, nessa terça-feira, o presidente foi questionado sobre a troca da chefia. Pela manhã, ele chegou a mandar jornalistas calarem a boca ao ser perguntado, mas negou que houvesse interferência. Mais tarde, o chefe do Executivo Federal chegou a afirmar que o Rio é o estado dele. CB*