A Justiça do Distrito Federal condenou a 3 anos, 5 meses e 8 dias de prisão o jovem de 19 anos que ameaçou “fazer um massacre” em um show de funk no Setor Comercial Sul. Henrique Almeida Soares foi preso no dia 29 de março, e a sentença divulgada nesta terça-feira (4). Cabe recurso.
De acordo com a investigação, o réu publicou o alerta de um possível ataque em um site de perguntas respostas. Na página virtual, o jovem postou “que faria um massacre histórico em um show de rap e funk com adolescentes”.
Henrique foi preso em flagrante no dia em que cometeria o crime. Com ele, havia bombas, máscaras e facas. Na residência, no Lago Norte, os investigadores encontraram livros com incitação ao ódio, além de dinheiro em espécie. Já na delegacia, o homem negou as acusações.
No entendimento do juiz Fernando Brandini Barbagalo, que assina a decisão, o jovem “demonstrou extrema periculosidade e possuía artefato explosivo de alto impacto e material para produzir outras bombas”.
“Ameaçou praticar ato terrorista e manteve conversas interceptadas com autorização judicial que indicam fascínio e apologia a outros atentados onde foram ceifadas centenas de vidas”, diz trecho da decisão.
O magistrado também afirmou ser favorável à manutenção da prisão preventiva do réu, para “preservar a ordem pública”. “Ainda mais agora que restou condenado por crime equiparado a hediondo”.
Personalidade agressiva
Na sentença, o juiz destacou ainda a análise feito ao longo do processo sobre os desenhos e inscrições encontrados nos cadernos apreendidos no quarto de Henrique.
“[As anotações] demonstram que o acusado possui personalidade agressiva – os desenhos contêm violência extrema, como mutilações ou mortes. […] textos desconexos, repletos de ofensas com conotação sexual e discriminatórias.”
Durante as buscas, quando a Polícia Civil iniciou as investigações, os agentes apreenderam cinco quilos de nitrato de amônia e um quilo de nitrato de potássio, que segundo os investigadores poderiam ser usados para produção de materiais explosivos. As substâncias estavam em posse do réu.
À época, o delegado-chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlos Zuliani Júnior, “o material era suficiente para derrubar uma casa”.