*Por Josiel Ferreira
Mais autonomia para integrantes da diretoria da entidade, gestão compartilhada e expansão das atividades voltadas para o social nas cidades satélites são alguns pontos da estratégia do candidato
Detentor de currículo invejável, e preparado para comandar, segundo ele, a Fecomércio-DF em substituição ao saudoso Chico Maia, vítima do Covid-19. José Aparecido diz que é perseguido pela outra chapa de Ovídio Maia, inclusive com uma tentativa de impugnação de sua candidatura, mas continua determinado a vencer a eleição para presidência.
José Aparecido, candidato a presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), defende maior descentralização da diretoria para atuar mais de perto dos comerciários e ao mesmo tempo das Administrações Regionais e cidades satélites como um todo.
Sua trajetória profissional no sistema Fecomércio-Sesc-Senac inicia como empresário, foi presidente de sindicato, ingressou no Sistema Federativo, Fecomércio-DF, Confederação Nacional do Comércio (CNC) e no Conselho Nacional do Sesc e do Senac. “A única coisa que falta para completar o meu ciclo do Sistema Federativo é, realmente, ser comandante do Sistema Fecomércio-DF. Seria um prêmio por todos esses anos de trabalho”, frisou ele.
“Vale a pena ressaltar, nunca tive nenhum emprego em nenhum dos braços do Sistema Fecomércio-DF, nunca usei o meu cargo para fazer nenhum tipo de negócio que me beneficiasse financeiramente, porque, eticamente e legalmente, não é permitido isso. Nunca direcionei nenhum negócio que me desse qualquer tipo de recurso financeiro. Nunca utilizei o sistema para me beneficiar financeiramente de absolutamente nada”, enfatizou Aparecido.
Autonomia e valorização de diretores
Aparecido afirmou que, primeiramente, irá fazer com que a diretoria da Fecomércio-DF, os conselheiros do Sesc e do Senac, sejam atuantes e valorizados. E, ainda, que eles possam representar a Fecomércio-DF nas cidades satélites.
Na visão de Aparecido, se um presidente da Fecomércio-DF “tentar abraçar tudo como muitas vezes aconteceu em Brasília, isso não funciona”. Para ele, os vice-presidentes têm que ser valorizados.
Ele explica que na Fecomércio-DF são 30 diretores, na verdade 29 porque um é o presidente. Não são dadas atribuições a eles, para que eles possam ajudar na administração.
“Eu quero mudar isso. Eu quero fazer com que eles possam me ajudar e ajudar muito. Têm empresários de peso na diretoria. Temos pessoas que podem representar a Fecomércio-DF em evento em qualquer RA.”
Para justificar a mudança de estratégia, Aparecido conta que, hoje, os diretores, basicamente, participam de uma reunião mensal estatutária. Os conselheiros do Sesc e Senac da mesma forma. No caso dos conselheiros, quando são relatores fazem um relatório, conferência das contas e não são utilizados, não representam numa RA, e ficam reféns de um processo muito centralizado no Plano Piloto.
“Para mim, a Fecomércio-DF não pode atuar só no Plano Piloto. Apesar do Sesc-Senac ter unidades nas RAs, os conselheiros que residem nessas RAs não têm uma participação mais ativa não é dada autonomia para eles. O Sesc tem uma capacidade financeira muito boa, orçamento muito bom e pode ser utilizado para fazer um serviço social voltado para o comerciário, para a população. Se o trabalho for encaminhado para a população, sem pensar em benefício próprio dá para fazer muito. A minha intenção é fazer desse, aproximadamente, um ano e quatro meses que falta para acabar o mandato é fazer uma administração histórica e compartilhada. E isso é possível fazer e eu vou ser eleito e eu vou fazer.”
Tentativa de impugnação
Questionado pelo Tudo OK Notícias, se o candidato respondia processos no momento, ele afirmou, com tranquilidade, ter dois processos em andamento que não foram julgados e não há motivos para tentativas de impugnação de sua candidatura.
“Esse processo que a CNC está usando entre aspas para impugnar a minha inscrição ao cargo de presidente, é um processo que ele foi jugado, preliminarmente, o Ministério Público mandou arquivar porque ele estava prescrito. O processo fala que é conluio, questão de licitação. Não era. Tratava-se de um vendedor meu de balcão que atendia esse cliente, não sei nem onde era esse cliente, não conheço ninguém do órgão, mas dono da empresar era eu. Então, eu tive que me responsabilizar. Contratei advogado, me defendi e fui absolvido por prescrição porque o processo não chegou a ser julgado. O julgamento que teve do processo foi em preliminar para que ele fosse arquivado por prescrição. Quando você tem um arquivamento de processo por prescrição não há julgamento de mérito. E quando não há julgamento de mérito não há condenação.”
Perseguição
Tudo Ok Notícias indagou ao candidato se detecta alguma perseguição por parte da chapa encabeçada pelo presidente do Sindicato das Imobiliárias do DF; empresário Ovídio Maia. No entendimento de Aparecido há uma espécie de perseguição porque “eles tentaram por vias ilegais, a meu ver, porque eu sou um réu primário, eu tenho todas as minhas certidões negativas.
“Tentaram buscar um processo que não houve julgamento de preliminar, como eu disse. A única coisa que eles acharam, é esse processo é de 1997. Estão buscando uma coisa de mais de 20 anos atrás, quando não estava nem no sistema ainda, vale muito frisar isso, eu não fazia parte do sistema sindical, federativo e confederativo. Para impugnar uma candidatura legítima, de uma pessoa que tem história em todo o sistema sindical, federativo e confederativo e no serviço social e no Serviço Nacional de Treinamento. É uma manobra muito feia. Para mim, o colegiado que tem que decidir.”
Aparecido tem ciência que o concorrente fez o levantamento para passar para a CNC e a entidade tomar as providências. O vice-presidente da CNC, o senhor Valdeci Cavalcante acabou encaminhando ao presidente da CNC para que ele aceitasse a impugnação.
Ao ser indagado se o processo de impugnação não deveria passar pelo Conselho da Fecomércio-DF, o representante das papelarias afirmou que “fizeram tudo a toque de caixa”. “Me causou muita tristeza, julgaram meu nome, meu nome sempre saiu na imprensa como uma pessoa que está sempre trabalhando, procurando lutar pelo Cartão Material Escolar, pelo setor produtivo, que é uma coisa que federação tem que fazer.
“Ao invés de eles apresentarem propostas do que eles queriam fazer, o que eles fizeram? Foram atrás de uma coisa de 23 anos atrás para tentar impugnar minha candidatura. É um grupo administrado pelo atual diretor-regional do Sesc, afastado, o senhor Marcos Túlio Chapão, que ele para assumir o conselho regional do Sesc, ele teve que renunciar o seu mandato na diretoria da Fecomércio e o seu mandato no Conselho do Sesc. Aí, ele tentou postular uma candidatura, eu como vice-presidente Administrativo da Fecomércio, que sou hoje, que ele não seria permitido, ele tentou emplacar um segundo candidato que é presidente de sindicato, mas que não faz parte da diretoria, que não podia, ele emplacou um terceiro candidato, que é o senhor Ovídio Maia”, detalhou Aparecido.
O candidato Aparecido afirmou que não se trata de terceiro candidato. “Entrei, inicialmente, apoiando o presidente em exercício, o Édson, respeitando os três dias de luto, os sete dias para a missa. E, aí, eu comecei a conversar com os diretores. Eles acharam que o Édson, primeiro-vice deveria assumir a presidência do mandato até o final, mas o estatuto no artigo 49.1 diz que tem que ter uma votação da diretoria para substituir o presidente. O presidente Edson está lá recebendo muita pressão, e ele retirou a candidatura. ‘Vou apoiar José Aparecido’, no último dia que poderia ser registrada a candidatura foi retirada a candidatura e eu fiz o registro da minha candidatura.”
Quanto à relação com o saudoso Chico Maia, o candidato lembra que ele tentou fazer uma manobra e tentar permanecer na presidência, mas o estatuto não permitia. Segundo o candidato, houve um parecer de um advogado contratado por ele para que se fizesse a manutenção dele pelo Conselho de Representantes.
“Teve a votação, mas, naquela oportunidade, a CNC não reconheceu. Então foi chamada a diretoria, e ocorreu uma reunião comigo para que eu retirasse a minha candidatura no dia seguinte à eleição. Quando ele disse que não iria cumprir comigo o que ele tinha acordado. Era uma relação de amizade, mas nunca fui um grande amigo dele, mas convivíamos por necessidade dentro da Federação. Na gestão dele, eu fui um cara sempre isolado, me humilhou. Era assim, problema, chama o José Aparecido. Evento, não chama o José Aparecido”, pontuou o candidato.
Sindicato e empresários fortes
A mensagem que José Aparecido transmite para todo o setor produtivo do Distrito Federal é que eleito presidente do sistema Fecomércio-DF terá certeza absoluta de que vai ter um presidente coletivo.
“Aquele presidente que vai dizer: ‘Nós faremos, nós podemos’. Vamos proteger todo o setor produtivo. Teremos o fortalecimento muito forte da diretoria, dos conselheiros. Hoje, eu tenho tempo disponível para administrar tanto a Federação com os dois braços que são o Sesc e Senac, que tem um baita orçamento. Então a responsabilidade social e de treinamento, inclusive com a FAC Senac, que é de nível superior. Então, é uma responsabilidade muito grande. Eu estou preparado, eu me sinto preparado, tecnicamente, falando. Conheço muito bem o sistema e tenho certeza absoluta de que será um ano e quatro meses para ficar na história da administração do Sistema Fecomércio-DF com a graça de Deus, é claro.
Por fim, José Américo acrescentou que proporcionará ajuda aos sindicatos.
Ele observou que se fala muito em ajudar o setor produtivo. No entanto, sem deixar de atentar para o fortalecimento dos sindicatos dentro da necessidade de cada um. É preciso atuar de forma individualizada, porque cada um tem a sua particularidade.
“Eu conheço a realidade, eu presido um sindicato, considerado um sindicato menor. Não é um sindicato pequeno, somos um sindicato muito grande na base. Mas temos sindicatos pequenos que precisam de muito apoio e apoio direto. Eu conheço a realidade de cada um deles. E eu vou apoiá-los diretamente.
Além disso, José Aparecido enfatizou que trabalhará para dar o retorno da alegria e da motivação no âmbito de todo o quadro do sistema.
“Hoje, na grande maioria, as pessoas estão tensionadas para trabalhar. Elas não têm aquela paz, aquela motivação, a alegria de trabalhar. Vou procurar colocar uma tranquilidade no Sistema para que essas pessoas possam produzir o que elas têm vontade, têm capacidade. Isso é fácil, porque eu sou um gestor, sou coach, sei como fazer esse processo. Esse processo, no início, eu pretendo fazer pessoalmente”, concluiu José Aparecido.
Perfil
José Aparecido é presidente do Sindicato das Papelarias e Livrarias do Distrito Federal, sendo o “pai” do Cartão Material Escolar, que começou em 2011 e 2019 virou Lei 6.273. Ela garante no Orçamento do DF a 106 mil beneficiados aproximadamente do Bolsa Família receberem R$ 240 ou R$ 320 para comprar o material escolar.
Ele também é vice-presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), conselheiro do SESC e SENAC do DF e do Conselho Nacional, desde 2004, ex-vogal da Junta Comercial; durante seis anos conselheiro do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais do DF, sendo dois anos desse total, vice-presidente do Tribunal e presidente da 2ª Câmara, conselheiro do Conselho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio de 2014 a 2018; empresário do ramo de papelaria desde 1985.
Aparecido é pai, tem dois filhos, dois netos, e está há 21 anos do Sistema Fecomércio-DF, Sesc e Senac.
Fonte: TUDO OK NOTÍCIAS