quinta-feira, 09/10/25

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Israel e Hamas fecham acordo de paz em Gaza: entenda o que acontece agora

Expectativa é que todos os reféns vivos mantidos pelo grupo terrorista sejam libertos até a segunda-feira (13). Vários detalhes do tratado ainda não foram divulgados pelas autoridades.

Tanque de Israel perto da fronteira com a Faixa de Gaza — Foto: Jack Guez / AFP

 

 

Israel e o Hamas anunciaram nesta quarta-feira (8) que chegaram a um acordo para implementar um plano de paz na Faixa de Gaza. Todos os detalhes sobre o tratado ainda não haviam sido divulgados pelas autoridades até a última atualização desta reportagem.

Contexto: O plano de paz foi apresentado no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e negociado com a mediação de Egito, Catar e Turquia.

  • Segundo Trump, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para a implementação da primeira fase do plano de paz.
  • Nesta etapa, todos os reféns mantidos pelo grupo terrorista desde 7 de outubro de 2023 serão libertos. Em troca, Israel irá soltar prisioneiros palestinos.
  • Tropas israelenses que estão na Faixa de Gaza devem recuar de suas posições.
  • O território palestino receberá mais caminhões de ajuda humanitária, com a entrega de comida, água e medicamentos.

 

🟢 Reféns: Segundo Israel, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista de outubro de 2023. As demais vítimas foram libertas durante a vigência de outros dois acordos de cessar-fogo ou por meio de operações militares israelenses.

  • A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê que o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos.
  • Israel estima que, dos 48 reféns, apenas 20 estejam vivos.
  • Segundo Trump, todos os reféns serão libertos provavelmente na segunda-feira (13).
  • Por outro lado, a imprensa americana informou que o grupo terrorista pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas que morreram.
  • O Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos dos reféns mortos e que precisa realizar buscas para localizar os desaparecidos.
  • Em troca, a expectativa é que Israel liberte quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua.

Ataques em Gaza: O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza. Segundo Trump, as Forças de Defesa de Israel irão recuar para linhas acordadas com o Hamas, o que indica que tropas ainda permanecerão no território palestino.

  • A GloboNews apurou junto às Forças de Defesa de Israel que o país concordou em diminuir a área de ocupação em Gaza de 75% para 57% em um primeiro momento.
  • O plano divulgado pela Casa Branca no fim de setembro já previa uma retirada gradual das tropas do território palestino.
  • O chefe do Estado-Maior de Israel instruiu as tropas a se prepararem para todos os cenários e para a operação de retorno dos reféns.
  • Antes mesmo do acordo, Trump já havia pedido que Israel reduzisse as operações em Gaza. A mídia israelense informou que os militares receberam ordens para diminuir a ofensiva.

 

🤝 Início do cessar-fogo: Ainda não está claro quando o acordo de paz começará a valer oficialmente. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta será votada pelo governo na quinta-feira (9).

  • A votação interna do acordo é um procedimento formal do governo israelense.
  • Processos semelhantes ocorreram nos outros dois acordos de cessar-fogo firmados em novembro de 2023 e janeiro de 2025.
  • Segundo a AFP, o acordo deve ser formalmente assinado às 6h desta quinta-feira, pelo horário de Brasília.
  • Trump deve viajar para Israel nos próximos dias. O presidente dos EUA foi convidado para discursar no Parlamento do país. Na quarta-feira, ele disse a jornalistas que considera visitar a Faixa de Gaza.

 

O que falta esclarecer: Apesar do anúncio, vários detalhes do tratado ainda não foram divulgados. Não se sabe, por exemplo, se todo o plano apresentado pela Casa Branca foi aceito por Israel e pelo Hamas, ou se houve modificações.

  • Em uma rede social, Trump afirmou que esta é a “primeira fase” e os “primeiros passos” para a paz. A imprensa americana afirma que isso sugere que ainda há pontos do plano que precisarão ser discutidos para sua implementação.
  • Já a imprensa israelense informou que os pontos mais sensíveis do acordo foram resolvidos.
  • Também não está claro como será a transição de governo na Faixa de Gaza, proposta pela Casa Branca.
  • Além disso, não há confirmação de que o Hamas tenha se comprometido a entregar suas armas.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando os terroristas lançaram um ataque que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de outras 251. De lá para cá, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados de autoridades ligadas ao Hamas.

 

Plano de paz

A proposta divulgada pela Casa Branca no fim de setembro tem 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados.

Pelo plano, integrantes do grupo terrorista Hamas podem receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica. Eles também não poderão participar do governo de Gaza.

Ainda segundo a proposta, Gaza deve ter um governo temporário de transição formado por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, responsável por administrar os serviços públicos do dia a dia.

  • O grupo deve ser composto por palestinos considerados “qualificados” e especialistas internacionais.
  • Todo o trabalho ficará sob supervisão do chamado “Conselho da Paz”, chefiado por Donald Trump. Não está claro se Israel vai integrar esse grupo.
  • Caberá a esse comitê administrar os recursos para a reconstrução da Faixa de Gaza.
  • O Hamas e outras facções palestinas vão ficar impedidos de participar do novo governo, direta e indiretamente.

 

No futuro, o poder deve ser transferido para a Autoridade Palestina — reconhecida internacionalmente como governo dos territórios palestinos. Essa transferência, porém, está condicionada a reformas na própria Autoridade Palestina, segundo a Casa Branca.

O plano também prevê um pacote econômico e de desenvolvimento a ser elaborado por um painel de especialistas. Segundo a Casa Branca, esses profissionais já participaram da criação de cidades modernas no Oriente Médio.

Em relação à segurança, Gaza passaria por desmilitarização, com a destruição de toda a infraestrutura bélica e proibição de novas instalações. O processo seria supervisionado por monitores independentes.

  • Será criada a Força Internacional de Estabilização (ISF), composta por atores estrangeiros encarregados de treinar a nova polícia palestina, que assumirá a segurança interna.
  • As Forças de Defesa de Israel vão se retirar gradualmente de Gaza, entregando os territórios ocupados à ISF.
  • Haverá ainda um perímetro de segurança para que militares israelenses permanecessem posicionados até que o risco de ressurgimento de ameaças terroristas fosse eliminado.

O que dizem Israel e o Hamas

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou o acordo e ressaltou a libertação dos reféns mantidos pelo grupo terrorista. Ele disse ainda que se reunirá com a cúpula do governo na quinta-feira (9) para a aprovação interna do tratado.

“Um grande dia para Israel”, publicou em uma rede social. “Esse é um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral do Estado de Israel.”

 

“Agradeço aos valentes soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as forças de segurança, graças à coragem e ao sacrifício deles chegamos a este dia. Com a ajuda de Deus, juntos continuaremos a alcançar todos os nossos objetivos e a expandir a paz com nossos vizinhos.”

▶️ Em nota, o Hamas elogiou o trabalho de Catar, Egito e Turquia na mediação do cessar-fogo e agradeceu os esforços de Trump para o fim definitivo da guerra.

O grupo também pediu que os países garantidores do tratado obriguem Israel a cumprir todos os termos e evitem adiar a implementação do que foi acordado.

 

“Reafirmamos que os sacrifícios do nosso povo não serão em vão, e que permaneceremos fiéis à nossa promessa, sem abrir mão dos direitos nacionais do nosso povo até alcançar liberdade, independência e autodeterminação”, disse.

Fonte: g1

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