No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 3,94%. Em 12 meses, a variação chegou a 4,94%, abaixo dos 5,32% observados no período anterior.

O resultado representa uma alta de 0,30 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em setembro, quando o índice subiu 0,48%. O índice também ficou abaixo da expectativa dos analistas, que esperavam uma alta entre 0,21% e 0,25%.
Com isso, o IPCA-15 acumula alta de 3,94%. Em 12 meses, a variação chegou a 4,94%, abaixo dos 5,32% observados no período anterior. Em outubro de 2024, a taxa havia sido de 0,54%.
No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 3,94%. Em 12 meses, a variação chegou a 4,94%, abaixo dos 5,32% observados no período anterior. Em outubro de 2024, a taxa havia sido de 0,54%.
De acordo com o IBGE, o principal impacto na alta dos preços veio do grupo Transportes (0,41%), impulsionado especialmente pelos combustíveis (1,16%) e pelas passagens aéreas (4,39%).
Além de Transportes, outros cinco dos nove grupos pesquisados registraram alta em outubro: Vestuário (0,45%), Despesas pessoais (0,42%), Saúde e cuidados pessoais (0,24%), Habitação (0,16%) e Educação (0,09%). Já Artigos de residência (-0,64%), Comunicação(-0,09%) e Alimentação e bebidas(-0,02%) tiveram queda no período.
Veja abaixo a variação dos grupos em outubro:
- Alimentação e bebidas: -0,02%
- Habitação: 0,16%
- Artigos de residência: -0,64%
- Vestuário: 0,45%
- Transportes: -0,25%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,24%
- Despesas pessoais: 0,42%
- Educação: 0,09%
- Comunicação: -0,09%
O que influenciou a prévia da inflação
O grupo Transportes foi o que mais pesou na alta dos preços em outubro, com aumento de 0,41%, depois de ter caído em setembro. Essa alta aconteceu principalmente por causa dos combustíveis, que subiram 1,16%, e das passagens aéreas, que ficaram 4,39% mais caras.
Entre os combustíveis, o etanolsubiu 3,09%, a gasolina 0,99% e o diesel teve leve alta de 0,01%. Já o gás veicular caiu 0,40%. O preço das passagens de ônibus urbano e do metrô também aumentou.
No grupo de Despesas pessoais, os maiores aumentos vieram de ingressos de cinema, teatro e shows (2,05%), pacotes de viagem (1,97%) e empregados domésticos (0,52%).
Já o grupo de Habitação subiu menos: passou de 3,31% em setembro para 0,16% em outubro.
O principal motivo foi a queda na conta de luz, que ficou 1,09% mais barata. No entanto, o mês ainda conta com a bandeira vermelha, que adiciona R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Por outro lado, o gás de botijão (1,44%) e o aluguel (0,95%) ficaram mais caros.
No grupo Alimentação e bebidas, os preços praticamente não mudaram em outubro, com uma leve queda de 0,02%. A alimentação em casa recuou 0,10%, depois de já ter diminuído 0,63% em setembro.
Isso aconteceu principalmente porque itens como cebola (-7,65%), ovo (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%) ficaram mais baratos. Por outro lado, o óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%) subiram de preço.
Já a alimentação fora de casa também subiu menos: passou de 0,36% em setembro para 0,19% em outubro. O aumento foi mais fraco tanto nos lanches (de 0,70% para 0,42%) quanto nas refeições (de 0,20% para 0,06%).
Para analistas, resultado foi melhor que o esperado
Para o economista Igor Cadilhac, do PicPay, o resultado “foi melhor do que o esperado, com os principais indicadores de inflação subjacente abaixo das estimativas”.
Segundo ele, o desempenho “coloca uma assimetria baixista para o IPCA deste ano”, aumentando as chances de a inflação encerrar 2025 dentro da meta. Ainda assim, Cadilhac pondera que “é necessário manter a Selic em 15% pelo menos até 2026”, diante de riscos ligados ao câmbio e ao cenário fiscal.
No último boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC), os analistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação em 2025 e 2026. A projeção de inflação do mercado para 2025 recuou de 4,72% para 4,70%.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Coval, destacou que o índice veio com “surpresa positiva na parte de energia elétrica e um pouco na gasolina”, mas também com “surpresas baixistas importantes em serviços e bens industriais”.
Ele explica que os preços industriais continuam mais baixos do que o esperado e que, em serviços, houve “uma melhora qualitativa refletida nos núcleos de inflação, especialmente nos serviços subjacentes”.
Apesar da melhora, Cardoso avalia que “o nível de inflação ainda é bastante elevado, principalmente na parte de serviços” e que o movimento “não muda a estratégia do Banco Central”.
Segundo ele, o cenário “segue caminhando para uma inflação mais baixa e de melhor qualidade, o que pode abrir espaço para cortes de juros apenas no primeiro trimestre de 2026”.

