No último mês, os dias têm sido de constante alerta para Mariana Sardinha Marçal, 32 anos, e Lara Rodrigues Queiroz, 30. A casa da família, na 709 Sul, sofre com uma infestação de escorpiões. Segundo elas, 40 deles apareceram somente nos últimos oito dias.
“De duas ou três semanas para cá, começaram a surgir filhotes. Acionamos uma empresa para fazer a limpeza e foi encontrado um escorpião gigante, comendo uma barata no ralo”, revela Mariana.
Segundo a musicista e estudante de licenciatura em música, de vez em quando, apareciam um ou dois escorpiões, normalmente, na época de chuva.
“Na vizinhança, também é comum. Por isso, sempre tomamos o cuidado de deixar os ralos fechados. Mais ou menos de um mês para cá, temos observado um aumento muito grande”, reclama.
Na noite de segunda-feira (2/11), a situação ficou mais preocupante, pois Lara, psicóloga doutoranda em ciências do comportamento, foi picada por um dos artrópodes. “A minha companheira foi picada, levamos ao hospital, porém ela não teve reação forte e já está em casa”, conta Mariana.
No imóvel, também mora uma criança de 5 anos. Mariana e Lara têm um gato e três cachorros. Por causa do risco, a família pensa em mudar de endereço. “Está uma situação alarmante, estamos penando para sair de casa”, completa a musicista.
Veja:
Cuidados
De acordo com os informativos da Vigilância Ambiental, até setembro, 1.818 acidentes com animais peçonhentos foram registrados no Distrito Federal. Desse total, 1.375 casos envolviam escorpiões.
O artrópode se esconde em meio a materiais de construção, caixas de esgoto, entulho, frestas e buracos em paredes, além de caixas de fiação elétrica, de telefone e tomadas abertas.
É necessário redobrar os cuidados para evitar o aparecimento de baratas, pois elas são uma das principais fontes de alimento desses animais. A estação chuvosa propicia o aumento de solicitações para captura de escorpiões no DF.
Quem chamar?
A Vigilância Ambiental deve ser acionada em caso de surgimento de escorpiões, aranhas, lagartas e lacraias, pelos números 160 e 2017-1344, ou pelo e-mail gevapac.dival@gmail.
Ao receber a ligação ou o e-mail, os técnicos da Vigilância Ambiental fazem o agendamento da inspeção. No momento da ligação, são passadas orientações ao morador, indicando como proceder enquanto a inspeção não é realizada.
Após o agendamento, uma equipe é enviada à residência e faz a coleta dos animais, com busca em caixas de esgoto, entulho e outros locais.
No entanto, de acordo com Mariana Sardinha, a solicitação para o órgão fazer uma visitação na casa da 709 Sul ainda não foi atendida. Ainda conforme a moradora, ela contatou as equipes de saúde pelos canais 162, Ouvidoria do GDF e 2017-1343, zoonoses. Neste caso, o prazo informado para atendimento foi de 20 dias.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF informou que o contato com os escorpiões pode ser aumentado por causa das condições ambientais e das moradias humanas. Por isso, é importante ter certos cuidados, como “eliminar fontes de alimentos para os escorpiões, como baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados. Além disso, evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões”.
Ainda conforme a Saúde, para evitar acidentes com esses insetos é preciso “vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha; reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas; telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques; telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos tapados; manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados; e manter limpos quintais e jardins”.
Ainda de acordo com a pasta, em caso de solicitações na Ouvidoria, são estabelecidos 10 dias para resposta.
Fonte: Metrópoles