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*Tião Lucena
Que me desculpem os patriotas fervorosos, mas não posso acompanha-los nessas demonstrações de amor extremo ao verde/amarelo da pátria. Não consigo. É demais para esse peito já gasto por emoções seculares.
Estou vendo os amigos partindo, alguns perdendo entes queridos, outros com o pé na cova e, lá do outro lado da cerca, o ídolo escolhido a dedo para salvar a nação comendo pastel e se lambuzando com cachorro quente.
E agora, para completar a medida, escondendo verdades, maquiando horrores para vender aos incautos uma realidade fantástica que só cabe na cabeça dele e nas cabeças dos seus seguidores fanáticos.
Além de ser desumano, esse comportamento é uma chacota a dor de quem perdeu um parente e nem teve espaço para chorar sua ausência.
O mínimo que o ídolo de barro desse povo que se diz brasileiro além da conta deveria fazer seria respeitar a saudade de quem se viu desfalcado do pai, da mãe, do irmão, da tia e do tio. Até do filho, porque a gripezinha não escolhe idade, grau de parentesco, posição social e cor.
Jesus Cristo não aprova isso. Com certeza não aprova. Deve estar é desgostoso pelo uso indevido do seu nome por quem se apresenta como seu representante aqui no planeta morte.
E certamente vai cobrar dobrado desses falsos profetas no dia do juízo final.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor