Apenas 35,4% dos moradores viviam em trechos de vias arborizadas em 2022. Fora dessas áreas, a proporção era de 69%, indica o IBGE

O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 64,6% dos moradores de favelas, cerca de 10,4 milhões de pessoas, viviam em trechos de vias sem árvores em 2022, enquanto 35,4% moravam em locais com arborização.
Em locais fora de favelas e comunidades urbanas, 69% deles viviam em trechos de vias com vegetação.
Além disso, segundo o levantamento, 10,5% dos moradores de favelas e comunidades urbanas viviam em vias com essa arborização, enquanto 33,5% dos moradores de fora de favelas e comunidades urbanas viviam em ambientes com essa característica.
Os dados são do Censo de 2022, divulgados nesta sexta-feira (5/12).
A pesquisa trouxe dados sobre a distribuição dos moradores em relação à arborização de acordo com cor ou raça da população que residia nas favelas e comunidades urbanas.
De acordo com o IBGE, entre os moradores que se declaravam de cor ou raça preta, 68% viviam em trechos sem árvores, enquanto 9,4% dessa população moravam em trechos com cinco ou mais árvores.
Já 64,4% das pessoas de cor ou raça parda moravam em trechos sem arborização, e 10,4%, em locais com cinco ou mais árvores. O percentual de moradores de cor ou raça branca que viviam em trechos sem árvores era de 63,2%, e 11,4% residiam em locais com cinco ou mais.
Para a chefe do Setor de Suporte a Favelas e Comunidades Urbanas, Larissa Catalá, o percentual de pessoas que se declararam de cor ou raça preta e residiam em trechos de vias sem árvores era 4,8 pontos mais alto que o percentual de pessoas que se declararam de cor ou raça branca e residiam em vias com essa característica.
“Em relação à presença de árvores, o IBGE classificou a informação em três categorias: ‘uma ou duas árvores’, ‘três ou quatro árvores’ e ‘cinco ou mais árvores’. Em todas elas, o percentual foi ligeiramente mais baixo para a população preta, indicando possível desigualdade em relação a esse quesito no conjunto desses territórios”, disse.
O levantamento mostra que, entre as 20 maiores favelas e comunidades urbanas do país em número de residentes, o Sol Nascente, em Brasília (DF), foi a única com mais de 70% dos moradores vivendo em trechos de vias com arborização, com 70,7%.
Confirma as proporções de outras favelas:
- Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), com 3,5%
- Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), com 12%
- Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 12%
- Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), com 12,3%
- Heliópolis, em São Paulo (SP), com 18%


