Funcionários usaram balde para conter vazamentos e chuveiros ficaram sem água quente; ala nova, inaugurada em março, foi mais afetada por goteiras. GDF diz que situação está ‘normalizada’.
O Hospital Regional do Gama, no Distrito Federal, não suportou as primeiras chuvas nesta quinta-feira (2) e ficou alagado. Houve queda na energia, vazamento de esgoto e leitos foram interditados. Segundo funcionários, quatro enfermarias foram fechadas. A Secretaria de Saúde informou nesta sexta (3) que a situação está normalizada – unidade atende cerca de 800 pessoas por dia.
A clínica médica, a enfermarias, postos de enfermagem, o centro cirúrgico e a UTI ficaram alagados, segundo o repórter Edson Ferraz, da TV Globo, que esteve no local na madrugada desta sexta (3). Ele verificou que a área mais afetada pelas goteiras foi a ala nova, inaugurada em março deste ano.
Já a secretaria disse que apenas as enfermarias foram afetadas e nenhum paciente precisou ser remanejado. “Os demais setores da unidade não foram afetados e o atendimento no pronto-socorro não foi interrompido.”
Um paciente gravou o momento em que a enfermaria ficou sem energia e com vazamentos pelo teto. Nas imagens é possível ver que a água pinga diretamente das luminárias. Para tentar conter as goteiras, funcionários usaram baldes.
De acordo com a pasta, equipes de manutenção, limpeza e conservação escoaram a água e higienizaram o corredor do hospital que ficou alagado, porque as redes de esgoto e de águas pluviais não teriam suportado a vazão da chuva.
“Houve registro de queda no fornecimento de energia da Companhia Energética de Brasília (CEB), durante uma hora”, informou em nota. “No entanto, HRG dispõe de dois geradores, o que garantiu que nenhum atendimento fosse suspenso.”
Apesar disso, o chão e até mesmo alguns leitos ficaram completamente molhados. A Secretaria de Saúde informou que a unidade dispõe de 500 leitos, mas não disse quantos estão interditados e tampouco os motivos da inutilização. Funcionários alegam que há apenas 20 disponíveis, sendo seis interditados por falta de equipamentos.
Na parte antiga do hospital, marcas de infiltrações nas paredes juntaram-se às goteiras. Os funcionários tiveram de cobrir os computadores com plástico na sala de medicamentos e também usaram lençóis para tentar amenizar os efeitos da chuva, que caía dentro do hospital.
“Nenhum equipamento foi danificado e nenhum equipamento foi inutilizado pela chuva”, informou a Secretaria de Saúde.
Outros problemas
O repórter Edson Ferraz conversou com pacientes que estavam no hospital e observou que, na UTI, alguns passavam as noites dormindo no chão ou aguardam atendimento médico sentados em cadeiras improvisadas.
Além da insuficiência de leitos e assentos, a roupa de cama também estava em falta. Os pacientes dormiam com cobertores e travesseiros pessoais, trazidos de casa. “Se voltar pra casa é pior, tem que ficar aqui e esperar, desse jeito aqui”, disse Camila Oliveira, que está internada no hospital.
Acompanhantes disseram à reportagem que tiveram de levar cadeiras de casa, porque não tinham onde se acomodar. Um deles também acabou passando a noite no chão.
Os chuveiros também não têm água quente e pacientes mais debilitados contam com a boa vontade de funcionários que se juntaram para comprar uma torneira que esquenta a água.