Maria José Rocha Lima
Querelas do subsolo é desserviço à Ucrânia e ao Brasil. Ao entrevistar o encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, alguns jornalistas brasileiros, ao invés de fortalecer o importante apoio mundial recebido pelos ucranianos, o papel heróico do povo ucraniano e do presidente Zelensky, em defesa da soberania dos países, alertando para a ascensão dos regimes totalitários, preferiram as querelas do subsolo local.
Dessa vez, contrariamente ao dia que traz luz, foi a noite que iluminou o mundo, mostrando as tenebrosas transações. O que está em curso é uma tentativa de (re) construção do sonhado império soviético, custe o que custar, para a derrocada das democracias e ascensão de regimes totalitários. Já havia até casamento indissolúvel, amizade sem limites, mas Putin não contava com a coragem do presidente estadista Zelensky e a bravura do povo ucraniano. Estes foram para o altar do sacrifício em defesa da democracia, contra o totalitarismo e pela Paz Mundial!
Os ativistas, que subestimaram a ONU, como se fosse uma mera declaração de boas intenções, foram surpreendidos com a convocação da Assembleia Geral dos 193 países membros, do seu Conselho de Segurança e do Tribunal Internacional de Justiça, que já vê indícios de crimes de guerra. Não há mais como esconder os crimes de guerra; os ataques a orfanatos, a hospitais, às ambulâncias, aos socorros móveis, as mortes de civis, a destruição de equipamentos, os deslocamentos de centenas de milhares de ucranianos e, até, a ameaça de guerra nuclear do novo Füher que quer servir a interesses indignos para entrar para a história, como outros autocratas russos que o antecederam.
A convocação da Assembleia Extraordinária dos 193 países foi subestimada, mas acendeu uma luz, foi uma alerta sobre a ascensão dos regimes totalitários. Os países da ONU puseram as barbas de molho, hoje é a Ucrânia e amanhã poderá ser um de nós. Assim, os países da ONU condenarão a guerra de Putin (Rússia) contra a Ucrânia e exigirão o cessar-fogo imediato e uma negociação diplomática “a favor da paz” no país invadido por tropas da Rússia, como declarou o embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho, condenando o ataque russo aos civis. A luz evidenciou as tenebrosas transações tendo em vista a recuperação de impérios, com casamento indissolúvel marcado, para ascensão dos regimes totalitários e derrubada das democracias.
Os defensores dos regimes totalitários não contavam com posicionamentos tão contundentes como os da União Europeia, a inédita posição da Suiça de apoio à Ucrânia; o histórico gesto da Alemanha de envio de armas para a Ucrânia. E, ainda, quem contaria com sanções econômicas tão severas contra o Putin (Rússia), os seus oligarcas, funcionários e seu ex- genro, o mais novo bilionário da Rússia? As sanções econômicas são tão vigorosas que, segundo o experiente diplomata Sérgio Amaral, existe a possibilidade da derrubada da moeda russa. Especialistas lembraram que são trinta e oito milhões de emails diários, que podem interromper transações comerciais. As vigorosas sanções à Rússia de Putin, com o congelamentos dos ativos financeiros, proibições de transações comerciais e de viagens, colocam o Putin em dificuldade não apenas na comunidade internacional, mas entre os magnatas russos, e no país que já amarga em cinco dias de greve uma inflação gigantesca. O mundo está contra Putin, e o bravo presidente Zelensky foi promovido a estadista. Embora judeu, Zelensky conta com o Exército de São Miguel, um dos padroeiros da Ucrânia. Uma grande batalha já está vencida!
Maria José Rocha Lima é mestre e doutora em educação e psicanálise. Foi deputada de 1991 a 1999. É Fundadora da Casa da Educação Anísio Teixeira. Psicanalista filiada à ABEPP. É membro da Soroptimist International SI Brasilia Sudoeste.