Um grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto invadiu o prédio da Terracap, companhia imobiliária do governo do Distrito Federal e proprietária do Estádio Nacional Mané Garrincha, na manhã desta quinta-feira (15) em um protesto contra a realização da Copa do Mundo. A Polícia Militar chegou a usar cassetetes e spray de pimenta para conter os manifestantes. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos, embora um homem tenha dito que sofreu corte na cabeça. Cerca de 500 pessoas participaram da ação.
Dirigente nacional do movimento, Edson Silva afirmou que o grupo está indignado porque a Terracap está vendendo muitos terrenos para pagar os custos da obra do estádio, avaliada em R$ 1,2 bilhão, em vez de priorizar as pessoas que precisam de moradia na capital do país.
O homem afirmou que o grupo só vai deixar o espaço depois de conversar com o presidente da companhia. Segundo ele, foram contratados 11 ônibus para transportar os manifestantes – a maioria é de Ceilândia, distante a 26 quilômetros do local. A Terracap disse que está disposta a negociar com os manifestantes e que aguarda eles se organizarem para isso.
Com um pequeno sangramento na cabeça e olhos avermelhados, o militante Weldor Pessoa afirma que houve excesso da polícia. “Foi uma entrada pacífica”, disse.
Liziane Fernandes, que levou o filho de 3 anos para o protesto, também reclamou. Ela afirma que um PM falou que ela não deveria estar lá e que ele poderia levar a criança.
Comandante da operação, o tenente-coronel Koboldt negou que tenha havido excesso na repressão aos manifestantes. Ele disse que os cassetetes e o spray de pimenta de fato foram usados, mas porque, mesmo recebendo um aviso de que não poderiam invadir prédio público, o grupo insistiu em entrar na Terracap.
“Escoltamos esse grupo desde Ceilândia. Eles tinham dito que iriam para a Praça do Buriti [que fica próxima à Terracap], mas, chegando lá, se dispersaram. Um grupo saiu correndo, e os policiais foram atrás. Alguns manifestantes chegaram primeiro e entraram no prédio. Nós avisamos que não podiam fazer isso, mas insistiram”, disse
A manifestação foi batizada de “Copa sem povo, estou na rua de novo” e ocorre paralelamente em São Paulo. A previsão é de um novo ato aconteça em Brasília nesta quinta, no final da tarde, partindo da Rodoviária do Plano Piloto.
A Polícia Militar informou que escalou 50 homens para acompanhar o ato, que pode se espalhar para outros pontos da região central. Os homens foram espalhados em pontos estratégicos da cidade, como a Rodoviária do Plano Piloto, a Praça dos Três Poderes, o Complexo da República e o Estádio Nacional.
Fonte: G1